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Confiante de que a Copa do Mundo daria um impulso nas vendas, o varejo brasileiro projetou alta de 6% ou mais nas vendas da Black Friday deste ano, 25 de novembro, frente ao mesmo dia de 2021. Mas não foi isso que aconteceu. Institutos de pesquisa digital mostraram que os resultados ficaram aquém do esperado. Isso significa que a indústria do Estado, tradicional fornecedora de produtos e serviços para o país, pode ter mais dificuldades nos próximos meses.

Pesquisa da Neotrust, que acompanha o e-commerce, apurou que as vendas no Brasil, da zero hora até às 24h de sexta-feira chegaram a R$ 3,1 bilhões, 34,18% menos do que na Black Friday de 2021. A pesquisa da NielsenIQ Ebit apurou queda de 23% frente ao mesmo dia do ano anterior, com quedas maiores na sexta-feira, em relação ao mesmo dia de 2021. Os maiores recuos foram em Eletrônicos, de 26,7% e alimentos e bebidas, de 22%.

Esses dados são nacionais, mas Neotrust aponta que houve retração em todas as regiões, o que indica que Santa Catarina também teve vendas menores na Black Friday deste ano. Isso apesar de ter pleno emprego, uma das menores taxas de endividamento e inadimplência do país e de ter registrado crescimento de vendas de 3,1% no acumulado do ano até setembro, quando o Brasil teve retração.

As razões para o menor ritmo de vendas da Black Friday no país são várias, mas pode ser até que a Copa do Mundo tenha ajudado a distrair os consumidores, após a vitória no jogo de quinta-feira.

Outros motivos são a continuidade da inflação alta, especialmente de alimentos; juros altos para vendas a prazo devido a taxa básica Selic, a falta de promoções diferenciadas por parte das grandes redes de varejo e a possibilidade de comprar com desconto em outros dias do mês, dentro da Black Friday.

Esse menor ritmo da economia brasileira na Black Friday significa um cenário mais desafiado para a indústria catarinense, que depende principalmente do mercado interno para vendas de um modo geral. No acumulado deste ano, segundo o IBGE, o setor teve queda de 3,9%, após altas expressivas em 2021.

Apesar das exportações, Santa Catarina tem indústria diversificada que produz para a maioria dos segmentos econômicos. A dúvida sobre como ficará a economia no ano que vem, com o novo governo, também traz incertezas para os consumidores, que acabam postergando compras.

Via NSCTotal – Coluna Estela Benetti