A produção agropecuária de Santa Catarina encerrou 2020 com o valor recorde de R$ 40,9 bilhões, 21,1% superior ao de 2019, que alcançou R$ 33,8 bilhões. O setor também fechou o ano passado com participação de 70,2% no valor das exportações do Estado. O levantamento integra a Síntese Anual da Agricultura de SC publicada pela Epagri/Cepa. Os destaques foram os resultados das produções de suínos, bovinos, leite e grãos.

Segundo a Epagri/Cepa, o que mais influenciou para essa receita maior foi o aumento de preços dos produtos. Na passagem de 2018 para 2019, o setor havia crescido 8,7%.

A governadora em exercício, Daniela Reinehr, disse que esse resultado reflete a grandiosidade do agronegócio do Estado, que se mantém forte, tanto no mercado interno quanto externo. Para ela, isso é resultado do empreendedorismo, força dos trabalhadores do campo e à qualidade dos produtos de SC.

Pela segunda vez, a liderança em valor ficou com a carne suína, que respondeu por 23% do total. Na sequência, veio a carne de frango com 17,5%, depois o leite com 11,9%. A pecuária, segundo o levantamento, alcançou receita de R$ 26,2 bilhões, com alta de 29% frente a 2019.

As lavouras responderam por R$ 12,7 bilhões e crescimento de 8,8%. A soja gerou receita de R$ 3,3 bilhões, seguida pelo milho, R$ 1,8 bilhão e o arroz R$ 1,2 bilhão. As hortaliças e outros produtos geraram R$ 3,5 bilhões. As frutas responderam por R$ 1,2 bilhão e a aquicultura, R$ 350 milhões.

Boa parte da receita do agronegócio catarinense veio das exportações. Elas somaram US$ 5,7 bilhões em 2020, com queda de 6,7% frente ao ano anterior. A maior perda de valor foi na venda de frango mas, mesmo assim, o setor cresceu em participação na balança comercial do Estado.

A equipe técnica da Epagri acompanha constantemente o setor, incluindo adversidades como seca e a praga da cigarrinha-do-milho atualmente. O maior desafio do agro catarinense é justamente a produção insuficiente de milho para o consumo das agroindústrias de carnes. Em 2021, segundo a Epagri/Cepa, a produção de milho estimada em 2,3% não será alcançada e o Estado terá que importar cerca de 5 milhões de toneladas do grão.

Para a presidente da Epagri, Edilene Steinwandter, disse que foram vários os obstáculos enfrentados pelo setor: ciclone, seca, pandemia, pragas. Mesmo assim, a receita cresceu e um dos pontos fortes de SC é a diversidade agropecuária. 

O secretário de Agricultura, Altair Silva, observou que a secretaria trabalha com a Epagri para colaborar com o setor, incluindo infraestrutura viária, energia, água e tecnologia digital.

Via NSCTotal – Coluna Estela Benetti