O valor de impostos sonegados no Brasil bateu a incrível marca de R$ 501,9 bilhões em 2014. O valor representa todas as modalidades de impostos, taxas e contribuições federais, estaduais e municipais que não foram pagos pelos brasileiros, pessoa física e jurídica. É o que mostra o mais recente levantamento feito pelo Jornal da Nova, com base nos cálculos do Sinprofaz (Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional), divulgados no placar da sonegação fiscal “Sonegômetro”.

Os resultados indicaram que, mantendo todos os demais parâmetros constantes, a arrecadação tributária brasileira poderia se expandir em 27,1%, no ano passado, de R$ 1,851 trilhão, para R$ 2,301 trilhões, caso fosse possível eliminar a evasão tributária cujo indicador médio para todos os tributos apontados neste trabalho foi da ordem de 10% do PIB estimado para 2014.

O estudo encomendado pelos procuradores da Fazenda mostra que se não houvesse sonegação fiscal, o peso da carga tributária no país, que hoje beira os 36%, poderia ser reduzido em 28,2% e ainda sim, a Receita Federal manteria o mesmo nível de arrecadação.

“Mesmo sendo uma das questões mais graves para o equilíbrio das contas públicas e para a execução de políticas públicas, a sonegação descontrolada não tem despertado o interesse cidadão, denuncia Heráclio Camargo, presidente do Sinprofaz”.

Os tributos aumentaram porque a sonegação é alta ou a sonegação é alta porque os tributos aumentaram? Não importa saber o que começou primeiro, importa é que este círculo vicioso seja interrompido. Com toda certeza, é verdade que não há Estado sem tributos, mas não pode haver Estado justo com sobrecarga tributária.

Por outro lado, a sonegação tem que ser tratada como crime, tem que ser combatida. Afinal, é impossível pensar em um Brasil desenvolvido, produtivo e competitivo enquanto o contribuinte tiver de trabalhar 4 meses só para pagar impostos.

Da mesma forma, para o empresário que investe, gera emprego, que arca com o alto custo-Brasil é injusto e vexatório ter que competir com um concorrente que age na ilegalidade, que contrata sem carteira assinada, que vende sem nota.

Por tudo isso, juntamente com a reforma tributária é preciso investir fortemente contra aqueles que, independente do regime tributário, vivem da sonegação, da lavagem de dinheiro e da corrupção.

 

Via Notícias Fiscais