soja recorde

O conflito entre os Estados Unidos e o Irã, que nos momentos mais críticos sinalizou até uma possível guerra envolvendo mais países, chamou a atenção para a importância do Irã para os negócios internacionais do Brasil e de Santa Catarina. Segundo dados da balança comercial brasileira apurados pelo Observatório da Indústria, da Fiesc, os portos catarinenses responderam por 98% das importações brasileiras do Irã em 2019 e, basicamente, o país importou fertilizantes dos iranianos.

Nas exportações, o Irã se destacou como comprador de grãos do Brasil, sendo o segundo maior importador de milho do país, com um total de quase US$ 1 bilhão ano passado, atrás apenas do Japão, que comprou US$ 1,2 bilhão. As exportações brasileiras ao país asiático totalizaram um pouco mais de US$ 2 bilhões (mais de R$ 8,1 bilhões), tiveram retração de 2,2% e representaram 1% do faturamento do país no exterior.

Do total vendido pelo Brasil, 45% de milho e 25% de soja, os Estados mais exportadores foram Mato Grosso (35%), Paraná (22%), Rio Grande do Sul (10%), São Paulo (8%), Goiás (7%) e Santa Catarina (3%).

Apesar de o Irã responder por apenas 1% da receita das exportações do país, o fato de o presidente Jair Bolsonaro ter divulgado nota em apoio aos Estados Unidos não agradou nada o setor produtivo brasileiro. Afinal, diante de tantas dificuldades para exportar, não há razão para o presidente da República, por questão ideológica, colocar em risco mercados já conquistados.

É claro que, se o Irã boicotasse as compras de milho e soja do Brasil, as agroindústrias agradeceriam porque, com as exportações em alta na safra, estão sendo obrigadas a recorrer a importações nos meses seguintes.

Via NSCtotal – Coluna Estela Benetti