O ex-ministro e ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT), favorito para ser o ministro da Fazenda do governo Lula, disse nesta 6ª feira (25.nov.2022) que a gestão petista vai dar “prioridade total” a uma reforma tributária em 2023.

“A determinação do presidente é dar logo no início do governo, prioridade total à reforma tributária”, disse Haddad a banqueiros em evento promovido pela Febraban (Federação Brasileira dos Bancos), em São Paulo (SP).

O ex-ministro representou o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no encontro com banqueiros. Lula não conseguiu comparecer porque se recupera de uma cirurgia na laringe. O presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto, também participou do evento. Ele é outro cotado para o cargo de ministro da Fazenda do próximo governo.

Em seu discurso, Haddad disse que Lula tentou aprovar uma reforma tributária no passado, mas não conseguiu. O ex-ministro disse que o presidente eleito quer aproveitar o momento em que o assunto “amadureceu“no Congresso para aprovar a medida.

“Me parece que o presidente Lula vai dar prioridade no ano que vem à aprovação dessa 1ª etapa da reforma tributária, que diz respeito a alguns tributos. Mas, na sequência, pretende encaminhar uma proposta de reformulação de impostos sobre renda e patrimônio para completar o círculo de reforma dos tributos no Brasil“, afirmou Haddad. O ex-ministro disse que o presidente tem o compromisso de realizar a reforma e conta o apoio da sociedade e do setor bancário. O ex-prefeito disse que a medida é “essencial e estrutural“.

A PROPOSTA QUE HADDAD CITOU

O ex-ministro citou em seu discurso na Febraban uma proposta de reforma tributária apresentada em 2019, que está em tramitação no Congresso Nacional.

A proposta é do deputado Baleia Rossi (MDB-SP), com colaboração do economista Bernard Appy, diretor do CCIF (Centro de Cidadania Fiscal). Ele foi secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda durante a gestão de Lula na Presidência.

O texto propõe mudanças visando simplificar a cobrança de impostos no país. No entanto, não prevê redução de carga tributária.

A PEC fala em substituir 5 tributos (PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS), sendo 3 federais, o ICMS estadual e o ISS municipal, por 1 único imposto sobre valor agregado que é chamado de IBS (Imposto de Bens sobre Serviços).

O texto já foi aprovado na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara e aguarda análise de uma comissão especial. Caso aprovada, a PEC ainda precisa passar pelo plenário da Casa e também ser aprovada no Senado.

HADDAD FAVORITO PARA A FAZENDA

O nome do ex-ministro da Educação Fernando Haddad (PT) é o mais cotado para assumir o Ministério da Fazenda do governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O Poder360 apurou que o petista tem sinalizado para a equipe de transição disposição para trabalhar com o ex-presidente do Banco Central Persio Arida.

A ideia é formar uma espécie de “dobradinha” à frente da Economia, com Haddad na Fazenda e Arida no Ministério do Planejamento. André Esteves, dono do BTG, disse a integrantes da transição na última 4ª feira (23.nov.2022), que “metade” do Faria Lima já estaria pacificada caso o ex-prefeito de São Paulo seja o indicado.

Outro nome cotado pelo PT para a Fazenda é o do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Ele participará o encontro do Esfera Brasil no Guarujá (SP), que será realizado de 25 a 27 de novembro. O evento terá a presença de lideranças petistas, como a da presidente da sigla, Gleisi Hoffmann.

 

Via PODER360