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SC registrou o segundo maior crescimento econômico do país, desde o início da pandemia, com alta de 5,2%

O Produto Interno Bruto (PIB) de Santa Catarina registrou em 2022 crescimento de 3% em relação a 2021 e chegou a R$ 455,6 bilhões. O dado confirma desaceleração frente ao ano anterior, quando a economia estadual registrou um dos maiores crescimentos anuais, de 8,7%. Estas são estimativas feitas pela equipe econômica do governo do Estado porque o PIB oficial das unidades da federação, divulgado pelo IBGE, sai um ano depois, sempre em novembro.

A alta da economia catarinense em 2022 ficou muito próxima da registrada pelo Brasil, que alcançou 2,9%, mas superou estimativa dos últimos quatro trimestres até setembro, quando a alta era de 2,2%, explicou o economista Paulo Zoldan, que coordena o estudo divulgado no boletim Indicadores Econômico-Fiscais de SC.

Os números do Estado estão em linha com o Índice de Atividade Econômica (IBCR-SC) apurado pelo Banco Central, segundo o qual Santa Catarina registrou o segundo maior crescimento econômico entre as unidades do país desde o período pré-pandemia, com alta de 5,2%. Ficou atrás só do Rio Grande do Sul, que cresceu 5,8% no mesmo período enquanto a média do país ficou em 2,4%.

A alta alcançada pelo PIB de SC no ano passado resultou do crescimento de 2,5% da agropecuária, 3,8% dos serviços e 1,3% da indústria total. O comércio cresceu 2,5% e a indústria de transformação teve queda de 4,3%.

Além da base elevada do ano anterior, as principais causas da desaceleração da economia catarinense em 2022 foram os juros altos, maior endividamento das famílias brasileiras e outros impactos da guerra na Ucrânia. Segundo Paulo Zoldan, o Estado cresceu um pouco mais do que o país porque alguns setores avançaram mais no último trimestre.

– Houve uma reação importante do setor de alimentos, tanto na indústria quanto no comércio, com mais vendas no final do ano. E alguns setores do comércio também cresceram mais no mesmo período, como combustíveis e lubrificantes, móveis e eletrodomésticos – explicou o economista.

O setor de serviços, que tem o maior peso no PIB, respondeu por 66,2% da geração de riqueza no Estado. A alta de 3,8% no ano confirma retração de quase 50% frente ao ano anterior, quanto avançou 7,8%.

A indústria total respondeu por 26% do PIB, sendo 18% da indústria de transformação, 4,7% da construção civil, 0,3% da indústria extrativa e 3% dos serviços industriais de utilidade pública (Siup). No caso da indústria de transformação de SC, a única que teve alta em 2022 foi a de alimentos.

A agropecuária respondeu por 6% do PIB do Estado, efeito da alta de 2,1% da agricultura e de 3% da pecuária no ano frente a 2021. Outro segmento que influenciou positivamente o resultado do Estado no ano foi o comércio exterior, com alta recorde das exportações, de 16,2% frente a 2021 e receita total de US$ 11,966 bilhões.

As importações também avançaram, chegaram a R$ 28,989 bilhões, 16,3% mais que no ano anterior. Essa cifra colocou SC como o segundo maior Estado importador do país.

Para 2023, o cenário para o PIB de Santa Catarina seguem a tendência nacional, que é de um crescimento ainda menor do que em 2022. No último boletim Focus divulgado pelo Banco Central, de 13 de março, a projeção do mercado é de alta de 0,89%. As causas da projeção tímida são semelhantes às do ano anterior: juros altos, inflação alta, maior endividamento das famílias.

Via NSCTotal – Coluna Estela Benetti