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Enquanto a saúde enfrenta situação crítica em função da pandemia do coronavírus, a economia está melhorando, mas não para todos os setores em Santa Catarina. Restaurantes, bares e empresas de eventos também registram situação crítica. Sondagem feita pela Abrasel-SC, seccional catarinense da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes junto a 126 empresas do setor no Estado, apurou que 71,4% solicitaram financiamento pelo Pronampe e, dessas, apenas 14,4% conseguiram recursos. Das que não conseguiram crédito, 96,7% informaram que não terão condições de manter atividade até o início do ano que vem, o que representa 55% do total de entrevistadas.

O presidente da entidade, Raphael Dabdab, alerta que o setor precisa de crédito e outras ajudas financeiras, como a isenção tributária, pelo menos parcial, para sobreviver a esse período crítico. Conforme o levantamento, das empresas que buscam financiamento e ainda não foram atendidas, 73,3% também não estão conseguindo arrecadar impostos.

O faturamento insuficiente, que voltou a se agravar no Estado com o avanço da pandemia nas últimas semanas, já causou o fechamento de aproximadamente 33 mil postos de trabalho até julho no setor. Esse quadro pode piorar logo mais, com o fim da vigência da MP do emprego. Conforme a Abrasel, o setor empregava antes da crise mais de 100 mil pessoas no Estado.

Diante desse cenário, a entidade reivindica empenho dos governos municipais, estadual e federal para viabilizar ajuda financeira. Segundo Dabdab, além de mais crédito pelo Pronampe ou por outras linhas, o Estado pode ajudar com isenção de ICMS e o município, com isenção da taxa de resíduos e IPTU. 

– Vários impostos postergados vão vencer em agosto, sendo que as empresas vão ter que pagar o imposto do mês mais o atrasado. Só que no fluxo de caixa das empresas, não foi uma postergação de receita, foi uma queda de receita. Então, a conta continua não fechando. O impacto no caixa das empresas é tão profundo, que o adiamento não resolve. Não faz sentido pegar dinheiro público emprestado para pagar os impostos, sendo que a chance de sobrevida da empresa não aumentou. O que a gente precisa é dar condições de recuperação das empresas – explica o empresário. 

Ele alerta que, como o Estado conseguiu achatar a curva da doença, achatou também a curva do impacto financeiro. As empresas estão há cinco meses com faturamento muito abaixo do normal e não têm como reduzir os custos para esse mesmo nível. O empresário cita as empresas de eventos, fechadas desde março por lei. Elas continuam sendo cobradas de taxa de lixo, de IPTU e iluminação pública. 

Como os impactos setoriais são diferentes, cabe aos governos buscarem alternativas para que muitas empresas não encerrem atividades. Se isso ocorrer, será muito mais difícil para a economia voltar a ter atividade forte quando as vacinas contra a Covid-19 chegarem, a partir de dezembro ou janeiro. 

A exemplo do setor aéreo, que está tendo atenção especial, outros setores podem ter condições diferenciadas para chegar até o pós-pandemia.

Via NSCTotal – Coluna Estela Benetti