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A boa relação com vizinhos forma uma corrente ganha-ganha. O Mercosul, mercado comum integrado pelo Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, que acaba de completar 30 anos, é um exemplo disso. O bloco tem relevância especial para Santa Catarina pela expansão de mercado e pelo fato de o Estado fazer divisa com a Argentina. Os próximos passos do Mercosul serão discutidos em reunião de cúpula dos ministros da economia e relações exteriores dos quatro países na próxima segunda-feira.

As prioridades em análise são a redução da tarifa externa comum para importação de produtos, hoje em até 34%, e a liberdade para fazer acordos com terceiros países. Essas mudanças foram debatidas em evento virtual promovido pela Federação das Indústrias do Estado (Fiesc) nesta terça-feira, com as presenças do embaixador Michel Arslanian, do Ministério das Relações Exteriores, do subsecretário de Negociações Internacionais do Ministério da Economia, Alexandre Lobo,e do gerente de Políticas de Integração Internacional da CNI, Fabrizio Pazini.

A tarifa para países do bloco importarem de outros mercados, em 34%, é considerada muito elevada e há um consenso para reduzir. Segundo a presidente da Câmara de Comércio Exterior da Fiesc, Maria Teresa Bustamante, o plano é fazer uma redução gradativa das tarifas, sem causar impactos expressivos para importações.

A expectativa do setor privado é de que a liberdade para fazer acordos comerciais com terceiros países, defendida principalmente pelo Brasil e Uruguai, deve ser aprovada. Entre os países com os quais o Brasil deseja muito fazer acordo comercial direto estão os Estados Unidos, que são o maior mercado do mundo e segundo maior parceiro comercial do Brasil e do Estado. Outra negociação desejada é com o Reino Unido, que saiu do bloco europeu. E com a União Europeia, o acordo será via Mercosul.

Para Santa Catarina, o Mercosul é importante pela proximidade, intercâmbio comercial, cultural e de serviços. A Argentina é o único vizinho estrangeiro do Estado. O país o terceiro maior parceiro comercial de SC, atrás da China e Estados Unidos. O Estado exporta aos hermanos eletrodomésticos, máquinas, carnes, têxteis, produtos químicos, eletrônicos, software e muitos outros. Além disso, há um excelente intercambio de serviços, especialmente de turismo. Os argentinos amam passar as férias nas praias do Estado e os catarinenses também amam visitar a Argentina.

Os primeiros 30 anos do Mercosul foram relevantes em todas essas áreas e a expectativa é de que o futuro seja ainda melhor, mas sem crises econômicas. Quando elas acontecem, os negócios também têm retração.

Via NSCTotal – Coluna Estela Benetti