Como era esperado pelo mercado, o Copom, Comitê de Política Monetária do Banco Central, em sua reunião desta quarta-feira (1), manteve a taxa básica de juros Selic em 6,5% ao ano. Para os especialistas que integram o colegiado, as últimas altas de preços devido à greve dos caminhoneiros e variação do dólar são problemas pontuais, que não requerem elevação da taxa básica para conter a inflação. 

A Selic em 6,5% é baixa para o padrão brasileiro, mas o problema é que esse custo menor não chega aos tomadores de crédito, especialmente as pessoas físicas. Enquanto a taxa básica caiu mais do que a metade, os juros aos consumidores tiveram reduções mínimas. 

Segundo o último levantamento sobre custo de crédito no Brasil feito pela Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), a taxa de juros média geral para pessoas físicas estava em 7,04% ao mês em junho deste ano, o que significa um acumulado de 126,23% no ano. No caso de pessoa jurídica, a taxa média em junho estava em 3,86% ao mês, o que equivale a 57,54% ao ano. Enquanto isso, os bancos privados seguem com lucros altíssimos no país. O Itaú liderou com R$ 12,524 bilhões no primeiro semestre, o Santander alcançou R$ 5,884 bilhões e o Bradesco, R$ 5,161 bilhões. A maior parte foi obtida com empréstimos a pessoas físicas e seguros. A expectativa é de que, com os bancos digitais, a concorrência cresça e os juros ao consumidor sejam reduzidos. O cliente bancário também precisa fazer a sua parte. Deve mudar de instituição em busca de taxas menores.

Via NSCTotal – Coluna Estela Benetti