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As operações do porto de Itajaí, um dos principais do país, completaram ontem três dias suspensas devido às cheias que atingem a cidade. O nível do rio Itajaí-Açu, que corta o município, a 88 km de Florianópolis, chegou a um de seus maiores níveis das últimas décadas e obrigou a direção do porto a tomar a medida, já que os terminais ficam na foz do rio. Ainda não há previsão de retorno da movimentação de navios no local. Ontem a tarde, às águas do rio já haviam baixado para 7,9 metros acima do nível normal na cidade de Blumenau, depois de atingir 12,5 metros na sexta-feira. Com a redução, começaram os serviços de limpeza, mas muitas áreas continuavam alagadas.

O governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, anunciou na tarde de sábado a liberação de R$ 10 milhões para as cidades atingidas pelas chuvas no Estado durante sua visita pelo município de Brusque, um dos mais atingidos. “Esse recurso é para compras de emergência e limpeza das cidades. Na próxima semana iremos conversar com os prefeitos para definir as principais ações”, disse o governador.

Essa verba vai se somar ao R$ 1,8 milhão do fundo de Defesa Civil já liberado para a compra de produtos que atendem as necessidades emergenciais da população, totalizando cerca de R$ 12 milhões em recursos para as cidades atingidas

A enchente de 2008, que matou 135 pessoas no Estado, também foi muito mais destrutiva para as operações portuárias. Eça destruiu o cais e afetou as operações por quase dois anos. As obras de recuperação atrasaram e uma parte da movimentação de contêineres migrou para outros portos do Sul, provocando prejuízos à cidade. Segundo a administração em Itajaí, desta vez não há registro de estragos. O trabalho de dragagem feito na reforma evitou um assoreamento ainda maior no local, de acordo com a direção.

Técnicos devem fazer uma avaliação mais detalhada da estrutura na segunda ou na terça-feira para só então liberar a chegada de novas embarcações. No fim de semana, fez sol na cidade. Só em Itajaí, 19 mil pessoas tiveram que deixar suas casas por causa da enchente, de acordo com a Defesa Civil.

Santa Catarina ainda contabilizava ontem mais de 929 mil pessoas afetadas pelas chuvas. De acordo com o boletim da Defesa Civil divulgado ontem à tarde, 929,9 mil pessoas foram atingidas em 91 cidades. Ao todo, 156,4 mil pessoas estavam desalojadas (na casa de amigos ou parentes) e 14,8 mil desabrigadas. Mais de 28 mil casas foram danificadas.

Oito cidades decretaram estado de calamidade pública: Aurora e Presidente Getúlio, Ituporanga, Agronômica, Brusque, Rio do Sul, Laurentino e Lontras. Há outras 36 cidades em situação de emergência (quando há comprometimento parcial da capacidade do poder público). A Defesa Civil confirmou três mortes desde a última sexta-feira. (Agências noticiosas).
Fonte: Valor Econômico