Intenção é formalizar parceria com a Prefeitura de Florianópolis para a concessão à iniciativa privada das áreas da cabeceira da Ponte Hercílio Luz

Pagar de forma parcial, ou integral, os custos de manutenção da Ponte Hercílio Luz – um gasto mensal de R$ 80 mil e que, hoje, recai sobre o contribuinte em impostos. Além disso, gerar emprego e entretenimento para a população e turistas na cabeceira da ponte. Esses são os objetivos do governo do Estado no projeto de concessão à iniciativa privada das áreas da cabeceira do cartão postal de Florianópolis.

Mas o governo catarinense não quer executar o projeto de concessão sozinho. Em 2020, a SC Par, órgão estadual responsável por parcerias dessa natureza e concessões, realizou uma série de conversas com representantes da Prefeitura de Florianópolis.

A ideia é formular o projeto de forma integrada, por meio de um convênio, ou de um termo de cooperação técnica entre a Prefeitura e o Estado. Nas primeiras negociações com o mercado para exploração somente das áreas que pertencem ao governo – duas na região Continental, duas na Insular -, os negócios não fluíram da forma esperada:

“Imaginávamos conseguir atrair grandes investidores, capazes de fazer investimentos maiores nas quatro áreas (…) Ocorre que a gente não conseguiu atrair esses grandes ‘players’. Vieram investidores, de pequenos negócios, o que não é a nossa ideia”, explicou o secretário executivo de parcerias público privadas da SC Par, Ramiro Zinder.

Segundo ele, ao menos no primeiro momento, o órgão não quer fazer uma concessão voltada ao varejo, mas sim ao atacado. Ou seja, conceder as áreas da região da cabeceira da Ponte Hercílio Luz para uma grande concessionária trabalhar o comércio.

A participação da prefeitura de Florianópolis

A ideia de concessão à iniciativa privada na cabeceira da Hercílio Luz partiu do governo do Estado, que detém, no conjunto das áreas, 12 mil m² de terreno.

“Claro que a pandemia atrapalhou a evolução, porque tínhamos expectativa de mais pessoas no fluxo da ponte, mas independentemente disso, avançamos e identificamos que, para ter um projeto de maior porte, precisamos ampliar a metragem”, disse Zinder.

Foi por isso que ele resolveu dialogar com o secretário de desenvolvimento econômico de Florianópolis, Juliano Pires, e também com o diretor-geral do IPUF (Instituto De Planejamento Urbano De Florianópolis), Michel Mittmann. O objetivo: convergir os planos da Prefeitura e do Governo para a cabeceira da ponte Hercílio Luz.

“Os dois apresentaram as ideias que têm em mente para a região, inclusive eles tinham mapeado os terrenos do Estado na região e que, se pudessem incluí-los, daria maior capacidade e potencial ao projeto”, contou Zinder.

Ele lembrou, no entanto, que 2020 foi um ano de eleição municipal, o que trouxe alguma dificuldade para o avanço das negociações. O próximo passo, que será dado ainda em janeiro, é a retomada dessa conversa, dessa vez, com o governador Carlos Moisés (PSL) e o prefeito Gean Loureiro (DEM) dialogando. “É o timing adequado para avançar nas tratativas”, completou Zinder.

Prefeitura confirma intenção de formular parceria

A prefeitura de Florianópolis, por meio do Secretário de Desenvolvimento Econômico, Juliano Pires, confirmou a intenção de convergir os esforços com o governo do Estado no projeto.

 “Se pudermos fazer algo melhor, em termos turísticos nas duas cabeceiras, faremos. Temos terrenos ali da Prefeitura e do governo do Estado, então, vamos fazer uma dobradinha para desenvolver a região”, declarou Pires.
Embora exista o interesse de ambos os lados de formalizar a parceria, Pires ressaltou que as tratativas ainda estão na fase embrionária e que é preciso agendar uma nova conversa, em 2021, para dar sequência às negociações.
Via ND+