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As vendas externas de Santa Catarina em abril somaram US$ 911,35 milhões, o que representa um crescimento de 30,9% frente ao mesmo período do ano passado e de 16,6% em relação ao mês anterior, em série dessazonalizada. A expansão foi puxada pelo agronegócio, com destaque para soja, carne suína, carne de aves e madeiras. O avanço em mercados como EUA, com 42% frente a abril do ano anterior, e a Argentina, com 108,7%, em função da retomada econômica pós-vacina também impactaram positivamente.

As importações do Estado alcançaram US$ 1,862 bilhão, com alta de 72,4% em relação a abril de 2020 e queda de 7,9% frente ao mês anterior. Com isso, a balança catarinense fechou o mês com déficit de US$ 950,82 milhões, diferença que acontece não por problema na economia de SC, mas porque o Estado conta com cinco portos e recebe cargas de outras regiões do país. No Brasil, em abri as exportações alcançaram US$ 26,48 bilhões e as importações, US$ 16,13 bilhões, o que resulta em superávit comercia de US$ 10,34 bilhões. A apuração dos dados catarinenses é feita pelo Observatório Fiesc, da federação das indústrias de SC.

A soja foi o produto que garantiu o maior faturamento de SC lá fora em abril, com receita de US$ 144,7 milhões, embora 12,8% menor que a do mesmo mês de 2020. Em segundo lugar ficou a carne de frango, com receita de R$ 117,8 milhões, 13,5% maior na mesma comparação e a carne suína alcançou 116,4% com crescimento de 51,6%.

Os itens industriais também venderam mais, indicando retomada da economia internacional, em especial os Estados Unidos. O grupo de motores e geradores elétricos obteve receita de US$ 39 milhões, com crescimento de 64,9% na comparação com abril de 2020. As partes de motores, com destaque para blocos de ferro, alcançaram US$ 38 milhões, uma alta de 68,9%.

O setor de madeira e móveis teve crescimento de 68,2% no período e o principal destino foi o mercado americano, com 57,4% do total desse setor. Em termos gerais, a China seguiu liderando como principal destino, com US$ 245 milhões e 26,9% do total, seguida pelos EUA com US$ 150,8 milhões, e Argentina, US$ 41,8 milhões.

Segundo o Observatório Fiesc, as importações avançaram nos últimos meses em função das maiores compras de insumos pelas indústrias catarinenses dos setores químico, plástico, metalmecânico, metalurgia, equipamentos elétricos, máquinas e equipamentos. Em abril, os insumos químicos, plásticos e de metalurgia responderam por 49,6% das compras de SC lá fora.

Os fabricantes de itens para construção importam os itens químicos enquanto a metalurgia vem para a indústria de bens de capital. O destaque, mais uma vez, foi a compra de cobre do Chile, que cresceu 143% no mês em relação ao mesmo período de 2020. Mas a China foi o maior fornecedor, com 31,5% do total e alta de 65,6% no mês. Além de itens metalúrgicos, SC importa muitos semicondutores do gigante asiático.

 Como o mercado mundial vive um boom de commodities e a economia brasileira cresce a um bom ritmo apesar da pandemia, a expectativa é de desempenho positivo da balança de SC nos próximos. Mas, o Observatório alerta sobre a queda da cotação do dólar em função da série de altas da taxa básica de juros Selic. Isso pode impactar gradativamente os negócios com o exterior.

Via NSCTotal – Coluna Estela Benetti