Santa Catarina começou 2021 com saldo negativo nas exportações e alta nas importações. As vendas externas do estado somaram US$ 488 milhões em janeiro, o que significa uma queda de 16% frente ao mesmo período do ano passado. As importações totalizaram US$ 1,7 bilhão, com aumento de 17% na mesma comparação.

O principal destino das exportações do estado em janeiro foram os Estados Unidos, com receita de US$ 99,34 milhões. Em segundo lugar ficou a China com US$ 61,12 milhões e em terceiro a Argentina, que comprou do Brasil US$ 34,92 milhões. Os dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Economia contam com organização e análise do Observatório Fiesc, da Federação das Indústrias de SC.

Os produtos mais exportados no mês passado foram carne de aves, com receita de US$ 83,49 milhões, e carne suína, que alcançou US$ 68,02 milhões. Em ambos os casos, houve redução de importações por parte de dois mercados importantes do setor, a China e o Japão. Os chineses estão comprando menos carne suína porque voltaram a recuperar parte da produção perdida em função do surto de peste suína africana. 

A liderança das vendas aos Estados Unidos em janeiro ocorreu principalmente em função do avanço nas exportações de partes de motores, segmento que faturou no exterior US$ 24,38. Também estão com impacto positivo crescente os móveis de madeira, que alcançaram receita de US$ 19,09 milhões; e obras de carpintaria para construção (acabamentos de madeira), com faturamento de US$ 16,19 milhões. Essa demanda maior de itens de madeira está ligada ao crescimento do setor da construção no mercado americano, que também cresceu durante a pandemia, a exemplo do que ocorreu no Brasil.

Com o avanço das vacinas contra a Covid-19 em diversos países, a expectativa é de que as exportações de industrializados de SC cresçam nos próximos meses. A venda de carne de ave também pode ter impacto positivo caso haja retomada maior do setor produtivo na Europa e Américas, o que provoca aumento de refeições fora do lar.

Importações do estado

O saldo positivo nas importações catarinenses, principalmente de matérias-primas, indica um maior ritmo da produção industrial em Santa Catarina e no país. De acordo com os dados da balança comercial de janeiro, os produtos mais importados foram cobre, laminados planos de ferro ou aço, polímeros de etileno, polímeros de cloreto de vinila e resíduos de cobre. No ranking da origem dos produtos, a liderança foi da China, seguida pelo Chile, Estados Unidos e Argentina.

Recuo de industrializados

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou nesta quinta-feira uma análise sobre o desempenho do comércio exterior brasileiro em 2020. Segundo a entidade, a participação de produtos industrializados no total das vendas externas brasileiras ficou em 43%, a pior média anual dos últimos 44 anos. Esse resultado pífio foi em função da pandemia, que limitou o consumo pelo mundo. Só não foi pior do que a média de 1971, que ficou em 41% de industrializados na exportação total. 

Na última década, em média, o setor respondeu por 51,6% das vendas externas. O melhor resultado foi em 2000, quando chegou a 70%. Boa parte desse descompasso tem a ver com o avanço extraordinário das exportações de commodities pela característica do país, mas, apesar disso, a indústria brasileira precisa inovar mais para crescer lá fora. As maiores reduções de vendas externas de industrializados no ano passado foram nos setores de máquinas e equipamentos para terraplanagem, aviões, automóveis, autopeças, ferro e aço.

Via NSCTotal – Coluna Estela Benetti