portodeitapoa2div 3

O ano de 2021 foi de expansão acima da média da balança comercial de Santa Catarina. Fechou com exportações de US$ 10,3 bilhões, 26,6% mais frente ao ano anterior, importações de US$ 24,9 bilhões, com alta de 54,9%, e déficit de US$ 14,6 bilhões no saldo final, informou a Secretaria de Comércio Exterior. A corrente de comércio (exportação mais importação) alcançou US$ 35,21 bilhões, 46% mais do que em 2020.

Os três produtos líderes nas exportações de SC continuaram os mesmos do ano anterior: carne de ave, carne suína e soja. O destaque foi o avanço de produtos de madeira, em especial aos Estados Unidos, que foram o maior mercado externo do Estado em 2021. O consultor e sócio da Brasil Business Partners, Henry Uliano Quaresma, chama a atenção para a corrente de comércio que, convertida para um dólar médio em R$ 5,5, chegou a R$ 193,6 bilhões.

– Eu valorizo muito a corrente de comércio. Foram US$ 35,2 bilhões circulando na economia de Santa Catarina, nas indústrias, nas empresas de comércio exterior, portos, companhias de navegação, caminhões, depósitos…Isso gera empregos e impostos em toda a cadeia de comércio. É muito representativo – avalia Quaresma.

Essa corrente de comércio de Santa Catarina acima da média em 2021 resultou da retomada do crescimento econômico internacional em função da pandemia. Um dos impactos foi a elevação dos preços das commodities metálicas, em especial o cobre e o minério de ferro. O consumo maior de carnes e de derivados de madeira também resultou dessa retomada do crescimento no exterior, em meio a gargalos de fornecimento.

As elevadas variações nos preços dos minérios não são esperadas para este ano, o que deve reduzir a inflação em dólar para a produção industrial de SC. O bom ritmo das exportações do agronegócio e de madeiras deve continuar.

Para Quaresma, a tendência é a economia catarinense seguir crescendo nos negócios com o exterior este ano. Ele destaca inclusive a continuidade dos investimentos no setor portuário, como o projeto do Porto de Itapoá e o processo de desestatização do Porto de Itajaí.

Sobre o desempenho das exportações de SC em 2021, a carne de ave respondeu por 15% da receita total e alcançou US$ 1,6 bilhão, acréscimo de 26,7% frente ao ano anterior. Em segundo lugar ficou a carne suína, com 13% da receita, US$ 1,32 bilhão e crescimento de 18,4%. A soja, em terceiro lugar, respondeu por 6,5% do total, US$ 3,36 bilhões e crescimento de 0,5%.

Produtos de madeira alcançaram 13,9% do faturamento vindo do exterior. No grupo de folheados e aglomerados, por exemplo, a receita cresceu 56% no ano, alcançou US$ 495 milhões e respondeu por 4,8% das vendas de SC lá fora. A madeira parcialmente trabalhada alcançou US$ 470 milhões, crescimento de 42,1% e 4,6% da receita total.

Os Estados Unidos foram o mercado com maior resultado, 18,8% do total, somando US$ 1,93 bilhão, 43,8% a mais do que em 2020. Em segundo lugar ficou a China, com 16,9% do total, US$ 1,73 bilhão e alta de 1,1%. A Argentina, terceiro destino mais importante, com 5,58%, também surpreendeu. Comprou de SC US$ 575 milhões, 42,5% mais que no ano anterior. Na sequência, vieram Chile e México.

As importações maiores foram de cobre, que cresceram 75,7% e vêm principalmente do Chile, seguidas por componentes para a indústria, com 36% a mais, e fios têxteis, que tiveram um acréscimo de 45%. Os principais fornecedores foram China, Chile, Estados Unidos e Argentina.

Via NSCTotal – Coluna Estela Benetti