Para a Fecomércio SC, a decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) de elevar a taxa de juros para 11,25% indica que o cenário inflacionário do país é preocupante e necessita de atenção. Entretanto, a resposta dos preços ao aumento da taxa de juros está se dando de maneira muita lenta. Em contrapartida, a queda no volume de vendas do comércio e nos níveis de produção da indústria já foi fortemente atingindo.

A entidade considera que a elevação de 0,25 pontos percentuais prepara o terreno para um aumento dos preços administrados, como a gasolina e a energia, que atualmente encontram-se defasados. O reajuste trará pressões inflacionárias adicionais e mais pressões para a elevação dos juros, aprofundando seus efeitos negativos sobre o setor produtivo, ao onerar os investimentos e dificultar ainda mais a saída do país do patamar de baixo crescimento.

Diante deste quadro, a Fecomércio SC acredita que outras medidas, como fortes investimentos na infraestrutura energética e petrolífera do país, somadas a um verdadeiro ajuste fiscal e a uma subsequente reforma tributária e trabalhista, seriam muito mais efetivos para combater ambos os problemas: baixo crescimento e inflação.

O Copom decidiu elevar a taxa de juros depois de quatro reuniões sem aumento. A taxa básica de 11,25% é a maior desde outubro de 2011. Os juros aumentaram 4 pontos percentuais desde a mínima de 7,25% de março de 2013. É um dos mais longos ciclos de aperto monetário desde o início do regime de metas de inflação inaugurado em 1999.

A elevação desta quarta-feira reflete uma maior preocupação por parte do comitê com a inflação, visto que, no acumulado de 12 meses em setembro, ela fechou em 6,75%, acima do esperado pelo Banco Central (6,6%). Além disso, a desvalorização do real, que chegou a 10% ao longo do último mês, traz mais preocupações com os níveis de preço, na medida em que encarece nossas importações. A expectativa para as próximas reuniões é que o Copom siga aumentando a taxa de juros, pois, os déficits em conta corrente, que chegam a 3,7% do PIB, seguirão pressionando a desvalorização do real.
Via Economia SC