O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) deve confirmar nesta quarta (19) a expectativa do mercado e manter a taxa básica de juro Selic em 6,5% ao ano, menor patamar histórico pela quarta vez. Mas essa estabilidade na taxa pode ser a última porque, dependendo do comportamento do câmbio em função do resultado da eleição – o segundo turno será dia 28 de outubro –  já poderá haver alta na próxima reunião do comitê, que será nos dias 30 e 31 de outubro.  A tendência pode ser de aumento para conter preços apesar de o setor produtivo reclamar que a economia está parada e os juros aos tomadores de crédito continuarem nas alturas.

À espera da eleição, a maioria dos empresários dá um tempo para decidir sobre investimentos, mas não fazem o mesmo com os reajustes de preços em função do câmbio e de outras pressões inflacionárias. Esse comportamento é mais forte em Santa Catarina do que no Brasil porque enquanto os preços mostraram mais estabilidade no país, com deflação de -0,09% em agosto (IPCA), no Estado a pressão altista é maior.

Na Capital de SC, o Índice de Custo de Vida apurado pela Esag-Udesc teve em agosto variação positiva de 0,60%, mas os produtos industrializados tiveram majoração de 1,94% no período e a alimentação fora de casa, 3,53%. Entre os itens industrializados, chamam a atenção as altas de produtos derivados de trigo, importados e têxteis, sob influência do câmbio. Além disso, há a pressão nos preços dos alimentos devido à falta de chuvas e ainda efeitos da greve dos transportes.   

Mesmo com a Selic estável em 6,5%, o setor produtivo e os consumidores enfrentam juros abusivos cobrados pelo setor financeiro nas operações de crédito. Um dos que criticam isso é o economista da Fecomércio-SC, Luciano Córdova.   

 – A taxa de juros no Brasil ainda é muito elevada, uma das maiores do mundo apesar das reduções anteriores. Em julho, por exemplo, a taxa média de juros do rotativo do cartão de crédito chegou a 271% ao ano, segundo dados do Banco Central. Estamos com a economia estagnada e a inflação reduzida. Os juros mantidos nesse patamar não contribuem para a recuperação do mercado – argumenta Córdova.  

Via NSCTotal – Coluna Estela Benetti