Somente seis Estados vão ultrapassar neste ano o Produto Interno Bruto (PIB) que registraram em 2014, ano que antecedeu o ciclo da maior recessão da história do país, nos anos de 2015 e 2016: Santa Catarina, Pará, Roraima, Mato Grosso, Rondônia e Mato Grosso do Sul. É o que aponta levantamento feito pela Tendências Consultoria e divulgado ontem pelo jornal O Estado de S. Paulo. O que vai puxar a economia de SC em 2019 serão as agroindústrias de carnes e o setor de metalurgia, com a ajuda do dólar favorável. Segundo o estudo “Cenários Regionais 2019-2023″ liderado pelo economista Adriano Pitoli, a previsão é que SC vai superar em 0,2% o PIB de 2014.

De fato, o ritmo de crescimento da economia catarinense indica que a expansão do PIB estadual vai superar a fase pré-crise em 2019. Isto porque o Estado teve uma retração um pouco maior do que a nacional em 2015, mas em 2016, a retração ficou em 2%, inferior à média nacional que fechou em 3,3%. Em 2017, o resultado oficial ainda não foi divulgado, mas a prévia do Banco Central (o IBCR) apontou que SC cresceu 4,2% e no ano passado, a Secretaria de Estado da Fazenda estimou crescimento de 3,5% a 4% enquanto a prévia do BC apontou alta de 2,89% de janeiro a outubro.

Além de superar a crise na expansão do PIB, SC também deve superar a perda de empregos nos dois anos de recessão. De janeiro a novembro do ano passado, o Estado abriu mais de 64 mil postos de trabalho. A diversificação econômica catarinense, especialmente com indústria forte e a logística em cinco portos ajuda a manter um resultado acima da média nacional. A propósito, dos seis Estados que vão superar o desempenho econômico pré-crise, o que tem maior PIB é Santa Catarina.

O estudo da Tendências apurou que em ordem de crescimento este ano, o Pará vai liderar com alta de 10,8%, seguido por Roraima (4,7%), Mato Grosso (3,5%), Santa Catarina (0,2%), Mato Grosso do Sul (0,1%) e Rondônia (0,1%). O salto do Pará será e função da entrada em operação de grande projeto de mineração da Vale e em Roraima, em função da imigração de venezuelanos, que está atraindo verbas federais e dinamizando mais a economia. No Brasil como um todo, o PIB só voltará ao patamar de 2014 em 2020, apurou a Tendências.

Maior arrecadação

O maior crescimento econômico vai elevar a arrecadação tributária dos Estados, melhorando as contas estaduais e também de municípios. Santa Catarina, apesar de crescer e arrecadar acima da média, está gastando acima do que deveria no governo estadual. Enfrenta estouro de gastos com a folha, que na última análise do Ministério da Fazenda estava acima do limite prudencial. Além disso, tem déficit de quase R$ 4 bilhões com inativos.

Via NSCTotal – Coluna Estela Benetti