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Um dos mercados globais que mais flutuam de acordo com a oferta e a procura é o de commodities agrícolas. E quem mais influência e monitora esse mercado no mundo é o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), país que é o maior produtor global de grãos. De olho no que acontece em cada Estado no Brasil, o USDA registrou em relatório que o governo de Santa Catarina vai investir R$ 24 milhões no apoio para aquisição de sementes de milho e pesquisas para ampliar a produção de cereais de inverno.

O objetivo é reduzir um pouco o déficit de milho no Estado, que este ano deve ficar em 5 milhões de toneladas porque a safra teve uma quebra de 20% devido à seca e à praga cigarrinha. A projeção era colher 2,9 milhões de toneladas na safra 2020-2021, mas ficará em torno de 2,3 milhões.

Por meio do programa Terra Boa, o Estado vai investir R$ 23 milhões no apoio à aquisição de 200 mil sacas de sementes de milho, em especial variedades de médio e alto valor genético para resultar em maior produtividade. Através da Epagri e da Fapesc, serão investidos R$ 1 milhão para pesquisar plantio, no Estado, de grãos de inverno como trigo, triticale, aveia e cevada. O plano é plantar 600 mil hectares de cereais de inverno em SC.

O secretário de Estado da Agricultura, Altair Silva, afirma que o milho é fundamental para o agronegócio catarinense. Ele explica que esse investimento visa ampliar a oferta de tecnologias para que o produtor possa ampliar a produção de grãos, inclusive no inverno. Apesar de ter economia diversificada, os produtos de origem no agro, processados ou não, respondem por 70% das exportações de Santa Catarina. Isso inclui desde produtos primários, proteína animal até industrializados como móveis de madeira, celulose e papel.

A quebra na produção de milho deste ano, aliada às exportações elevadas para a China, que faz um grande estoque regulador, elevou o preço do milho em SC, o que já causa crise na produção de frango, suíno, ovos e leite, além de dificuldades também para bovinocultura. A iniciativa do governo de incentivar o plantio de milho no Estado é correta, em especial para proteger a cadeia produtiva de proteína animal. O USDA tem registrado redução das expectativas de produção de milho no Brasil e Argentina, um cenário para preços altos no ano por aqui.

Via NCSTotal – Coluna Estela Benetti