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Para a maioria do mercado, ainda não há risco de nova crise financeira sistêmica

Desde o dia 10 de março, quando as autoridades monetárias dos Estados Unidos fecharam o Silicon Valley Bank, os mercados vivem o temor de uma nova crise financeira global. Nesta quarta-feira, os abalos vieram do banco Credit Suisse, da Suíça, mas também foram dissipados com o socorro prometido pelo banco central daquele país.

Apesar disso, a maioria dos analistas não vê risco de crise financeira sistêmica mundial. Mas o economista da Federação das Indústrias de SC (Fiesc), Pablo Bittencourt, alerta que existem preocupações com a alta do câmbio e risco de queda de exportações.

Os problemas de bancos mal administrados nesta fase de juros altos para conter a inflação tem abalado os mercados financeiros dos EUA e Europa, na maior crise desde o colapso do sistema de crédito de 2008.

Contudo, a maior parte das instituições financeiras e economistas não veem risco de crise sistêmica porque, hoje, são problemas isolados de bancos mal administrados.

Além disso, as autoridades monetárias estão mais preparadas para conter crises e estão fazendo isso sempre que um problema surge. Em 2008, o sistema de crédito quebrou. No Brasil, não existem bancos em crise e o Banco Central está atento ao problema, ao mesmo tempo que controla a inflação.

Para Pedro Mees, CEO da Fatori, empresa de Joinville que acaba de ser reconhecida pelo Banco Central como instituição financeira, não deverá ocorrer uma crise global sistêmica. Ao contrário de parte do mercado, ele acredita que o BC não vai baixar a taxa de juros devido a esse problema internacional. Vai manter a Selic em 13,75% dia 22 e apontar indicativo de baixa para a próxima reunião.

Mas o economista da Fiesc, Pablo Bittencourt, vê risco de a atual crise bancária se tornar uma crise financeira sistêmica mundial. Segundo ele, problemas de diversos bancos podem abalar o sistema como um todo.

Com a crise da instituição suíça, o mercado americano deu indícios de que o banco central pode evitar altas das taxas básicas na próxima semana, observou Bittencourt. O Banco Central Europeu ignorou os problemas financeiros e elevou o juro básico em 0,50, como estava previsto.

Para o economista, a crise eleva o câmbio, o que dificulta o controle da inflação. Outra preocupação dele é o risco de queda das exportações de SC aos EUA, o maior mercado externo do Estado. As vendas de produtos de madeira para lá caíram 32% no primeiro bimestre devido à retração da construção civil americana, afetada por juros maiores.

Nesses cenários, parte dos analistas reconhece que os riscos de crise sistêmica financeira são menores, mas existem. Por isso, empresas, trabalhadores e outros agentes econômicos de SC ligados ao comércio exterior precisam tomar decisões com cautela.

Via NSCTotal – Coluna Estela Benetti