Covid-19 e o freio de arrumação

O mundo conturbado e de correria que se enfrentava antes do coronavórus se disseminar na humanidade deu um basta. Uma parada em todos os sentidos. Entendendo a expressão usada no título da matéria: remete ao sertão nordestino e, mais especificamente, aos paus-de-arara, onde o freio repentino e brusco serve para ajustar e organizar tudo o que está dentro dele (gente, animais, apetrechos), mesmo com atropelos.

Da incerteza à realidade, do enfrentamento ao medo, do diálogo às discussões. Por todos os lados, informações e mensagens reforçando a necessidade do cumprimento de medidas ditadas pelos órgãos de saúde. A união, a paz, a fraternidade, e podem entender como a ajuda, a solidariedade caminham na mesma direção, e com força total das mídias.

Enquanto se encara a terceira semana de confinamento, ainda que parcial, pois as atividades primordiais como vendas de alimentos e medicamentos, transportes de mercadorias, serviços de limpeza, segurança, entre outros, seguem, outra preocupação paira em relação ao setor produtivo. Bens e serviços das diversas atividades parados à espera de sua reativação por um contingente infinito de pessoas, operários, profissionais liberais, servidores públicos. A política do distanciamento horizontal que vem dando certo em todo o mundo, e aqui aplicada, vem sofrendo pressão das classes empresariais em benefício da manutenção das atividades que geram rendas e mantêm os empregos. Na casa dos 11 milhões de desempregados, o número tende a crescer significativamente na medida que o novo coronavírus não estanque e a curva que sobe desça.

A estabilização do processo não ocorre somente com a interferência do Estado injetando recursos dos mais carentes aos empresários que empreendem: dos micros individuais aos de pequeno, médio e grande porte. Nesse aspecto, algumas boas notícias e ações surgem, porém até que chegue na ponta há um longo caminho burocrático a percorrer e enfrentar. Nesse meio, haverá todo um processo de controle, pois, como no dito, “a ocasião faz o ladrão”, e tem, sem medo de errar, muitos gananciosos apostando no cochilo governamental para aproveitar e tirar a sua lasquinha.

Daí a importância de um bom motorista para que, ao ajustar o que transporta, não sofra avarias consideráveis.

Preços dos medicamentos
Na cadeia produtiva em momentos de crise, sempre há quem se aproveite alterando os preços. Por falta de matéria-prima ou por ganância mesmo, os consumidores pagam literalmente o pato. Alimentos como leite, arroz, feijão, em muitos lugares os preços subiram. Os medicamentos estavam com o pé na porta, mas por 60 dias ficarão mantidos.

Prazo ICMS
Contribuintes do Simples Nacional que já tinham prorrogados os prazos de pagamentos no âmbito federal agora também recebem do Estado o mesmo tratamento. Ou seja, os vencimentos dos meses de abril, maio e junho foram para outubro, novembro e dezembro. Na mesma linha, os contribuintes normais terão tratamento idêntico, desde que suas atividades sofram interrupções por conta do Covid-19. O projeto de lei aprovado ontem aguarda manifestação do Executivo. Ficam de fora as empresas não atingidas pela suspensão das atividades. Um grande abacaxi a ser descascado.

Campanha Sindifisco
Filiados do Sindicato dos Fiscais da Fazenda de SC estão sendo convidados a doarem valores para aquisição de cestas básicas a serem distribuídas nas dez regiões fiscais do Estado. Parabéns à direção pela iniciativa.

Refletindo
“Lembrando sempre sobre a etiqueta das mãos e obedecendo às normas ditadas pelas autoridades de saúde”. Uma ótima semana!

Por Pedro Hermínio Maria – Auditor Fiscal da Receita Estadual SC