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Nos primeiros doze meses, governador imprime seu jeito político conciliador – que lhe rendeu críticas e elogios – e pede economia para montar um plano de investimento com sua cara
– Eu nunca vi briga política construir hospital. Desde a campanha que o elegeu em primeiro turno, não há entrevista mais longa do governador Raimundo Colombo (PSD) em que ele não cite a frase acima, que resume muito de seu jeito de pensar política. Se no primeiro ano de gestão não foi possível construir hospitais, pelo menos ficou claro que as brigas políticas devem mesmo ficar fora do cardápio.

Nos primeiros doze meses, governador imprime seu jeito político conciliador – que lhe rendeu críticas e elogios – e pede economia para montar um plano de investimento com sua cara

Por estilo, afinidade ou necessidade, Raimundo Colombo fez dois movimentos que praticamente acabaram com a distinção situação/oposição em Santa Catarina. Primeiro, aproximou-se do PP, partido que foi o mais ferrenho adversário do ex-governador e hoje senador Luiz Henrique (PMDB), principal cabo eleitoral de Colombo em 2010. Com a candidatura de Angela Amin ao governo derrotada em primeiro turno e as derrotas do marido Esperidião Amin em 2006 e 2002, o PP aceitou a mão estendida. Sem oferecer cargos, em um primeiro momento, o novo governo nasceu com uma base de apoio integrada por 31 dos 40 deputados estaduais.

Isolado no plano estadual, o PT foi o alvo do segundo gesto – em nível federal. A vitória nas urnas colocava Colombo como um dos poucos novos expoentes do DEM, o partido que o ex-presidente Lula chegou a afirmar, em comício realizado em Joinville para a então candidata Dilma Rousseff (PT), que deveria ser “extirpado da política”.

Pois foi Colombo que extirpou o DEM catarinense ao anunciar, em maio, uma debandada de lideranças em direção ao novo PSD – aquele partido que, segundo o fundador Gilberto Kassab, não seria de direita, esquerda ou centro. Ao ingressar na era “pós-ideológica” e colocar um pé na base do governo federal, Colombo melhorou o diálogo com Brasília e com a presidente Dilma – o que espera ver refletido em recursos para o Estado.

Ao mesmo tempo, o estilo conciliador fez o governador parecer lento nas decisões. Foi a impressão que passou ao demorar mais de quatro meses para concluir a nomeação do secretariado, na própria definição em aderir ou não ao PSD e, principalmente, nas negociações com os professores.
O que foi cumprido.
Fonte: DC