52650478997 bf219a48bf c 1

Presidente também afirmou aos governadores ser preciso parar de judicializar a política

No discurso de abertura da primeira reunião para ouvir demandas de governadores, nesta sexta-feira (27/1), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que é preciso que o Brasil volte à normalidade.

“Em cada estado que vou, visitarei gabinete do governador. A não ser que ele não queira. Não vou fazer que nem os terroristas, não vou invadir”, afirmou o petista.

Se referindo aos atos golpistas de 08 de janeiro, Lula disse que isso não voltará a acontecer e que é preciso garantir que a disseminação do ódio acabou. O presidente também afirmou aos governadores ser preciso parar de judicializar a política.

Perdas de ICMS

A principal demanda dos chefes dos executivos de 26 estados e do Distrito Federal ao presidente é para que haja uma compensação das perdas dos estados por perdas com o ICMS.

Na chegada ao Palácio do Planalto nesta sexta-feira, o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, estimou que houve uma redução de mais de R$ 33 bilhões de receitas. Esse é tido como o tema mais sensível para os estados e está atrelado à discussão da reforma tributária, que Lula tentará emplacar durante a conversa desta sexta-feira.

Também ao chegar no Palácio, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, disse que é um movimento político ruim se falar em aumento de carga tributária e que será necessário achar uma conta em que a população não sinta isso, mas que os estados possam recompor receitas.

“Não é uma conta simples. Concordo com os colegas que dizem que também não é só empurrar para o governo federal, então realmente a gente vai ter que achar uma conta onde a gente possa ter um imposto justo para a população”, afirmou.

Já no início do discurso, que foi transmitido pelos canais oficiais do governo, Lula tocou no assunto do imposto. “A questão do ICMS está na cabeça de vocês desde que foi aprovada. Teremos que discutir, podemos dizer o que pode e o que não pode, mas não deixaremos de discutir nenhum assunto”.

O petista ponderou que a União não tem o orçamento que desejava ter, mas que está aberta a repartir o “sacrifício” de fazer obras que os governadores considerem prioritárias. Defendeu que o BNDES volte a ser um banco de desenvolvimento e possa emprestar dinheiro para que os estados façam obras consideradas inevitáveis.

O encontro é visto pelo Planalto como o pontapé para estabelecer uma nova relação com entes federados. Os governadores ouviram do presidente da República que não haverá veto a ninguém que queira conversar e que o Palácio e os gabinetes dos ministros estão abertos aos chefes dos executivos locais.

Via Jota