Santa Catarina contabilizou em agosto exportações de US$ 856,60 milhões e importações de US$ 2,014 bilhões, o que resultou no déficit comercial de US$ 1,158 bilhão, o maior para o mês desde 1997, quando a Federação das Indústrias do Estado (Fiesc) iniciou essa série de dados. Surpreendeu também os economistas do Observatório Fiesc o fato de a balança comercial brasileira ter registrado o oposto, isto é o maior superávit de agosto desde 1997, de US$ 7,64 bilhões. O principal destino das exportações catarinenses no mês foi o mercado dos Estados Unidos e a origem da maior parte das importações foi a China.
O dólar alto ajudou SC a alcançar receita 16,9% superior em agosto frente ao mesmo mês do ano passado. As vendas de madeiras e móveis aos EUA cresceram 29,6% enquanto as de equipamentos elétricos avançaram 48,7% frete ao mesmo período de 2020. Além disso, o Estado tem outros produtos industriais com forte presença naquele mercado. Por isso, o total de venda aos americanos somou US$ 171 milhões no mês.
Apesar das maiores vendas aos EUA, o setor de proteína animal segue liderando as vendas externas, com 27% da receita. As exportações de carne de aves alcançaram US$ 131,7 milhões, 35,49% superior ao mesmo mês de 2020. As vendas externas de carne suína somaram US$ 101,7 milhões.
Além dos EUA, os principais mercados de SC foram a China, Argentina, Chile e México. A Argentina chamou a atenção com crescimento de 98,68% do total importado, incluindo produtos das indústrias metalmecânicas, metalurgia, alimentos e bebidas.
Importações 73,4% maiores
O mercado de Santa Catarina importou em agosto 73,4% mais ante o mesmo mês do ano passado. Uma das razões dos valores maiores, segundo o Observatório Fiesc, é a alta dos preços internacionais de commodities. Do total importado pelo Brasil, SC respondeu por 10,3% em agosto, o segundo maior valor entre os Estados, atrás apenas de São Paulo. O economista do Observatório, Marcelo Masera de Albuquerque, explica que tanto as importações quanto as exportações registradas na balança comercial do Estado são negócios feitos por empresas de Santa Catarina. Não entram nessas estatísticas importações ou exportações feitas por empresas de outros estados nos portos catarinenses.
Os produtos mais importados por SC em agosto foram cobre refinado, um total de US$ 136 milhões, 167% mais do que o mesmo mês de 2020. Outro destaque nas importações foi o aço, com expansão de 7.000% no total comprado lá fora em função dos elevados preços no mercado interno. E as importações de veículos da Argentina cresceram 158% porque com o fechamento da Ford no Brasil, a marca está produzindo automóveis por lá.
Entre as empresas que estão executando essa aceleração de importações está a Tek Trade, de Itajaí. Um dos produtos que ela traz de fora é cabo de aço, com aumento de 20% em volume até agosto deste ano frente ao mesmo período do ano passado.