A arrecadação acima do esperado deve levar o governo a fechar as contas com um rombo menor do que o permitido, segundo o secretário do Tesouro, Mansueto Almeida. Para 2018, o governo está autorizado a registrar déficit (despesas maiores que receitas) de até R$ 159 bilhões. Esse valor também não inclui os gastos com juros da dívida. “A gente corre o risco de terminar o ano com déficit primário de R$ 130 bilhões. Vai facilitar o trabalho do próximo presidente da República, cujos assessores estão falando em zerar o déficit em um ou dois anos”, declarou.
Em julho, o resultado do governo central (Tesouro Nacional, INSS e Banco Central) foi deficitário em R$ 7,54 bilhões. Apesar de negativo, o valor foi o melhor para o mês desde 2015 e foi 64,2% menor do que o do mesmo mês do ano passado. Nos sete primeiros meses do ano, o resultado é negativo em R$ 38,87 bilhões – a meta fiscal para o governo central prevê um déficit de R$ 159 bilhões.
Segundo Almeida, o resultado positivo “inesperado” do mês passado decorre principalmente do crescimento das receitas, que veio R$ 5 bilhões acima do planejado. Nos últimos meses, além de a arrecadação aumentar acima do crescimento da economia, ainda teve o reforço do maior recolhimento de royalties por causa da alta do dólar e do preço do petróleo no mercado internacional.
Com isso, no próximo mês o governo deverá incorporar em sua reavaliação bimestral de receitas e despesas uma projeção maior para a arrecadação neste ano. Isso ajudará a melhorar o resultado primário, uma vez que não é possível aumentar mais as despesas neste ano, que já estão no limite estabelecido pelo teto de gastos (que proíbe que as despesas cresçam em ritmo superior à inflação).
Por outro lado, o secretário lembrou que as despesas do governo devem acelerar entre agosto a dezembro deste ano, principalmente por conta do pagamento do 13º para pessoal e benefícios tributários, além dos R$ 9,5 bilhões previstos para serem desembolsados com o programa de subsídios para o diesel criado para debelar a greve dos caminhoneiros, que durou 11 dias e provocou uma crise de abastecimento no País.
Fonte: O Estado de São Paulo – Via Impostômetro