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O secretário de Estado da Fazenda, Paulo Eli, foi o convidado do programa Conexão ND, da NDTV, ontem à noite. Com 47 anos de serviços públicos prestados, 37 dedicados à fiscalização da Fazenda, Eli falou sobre o recorde de arrecadação no Estado , a manutenção das atividades econômicas em meio à pandemia, e os esforços feitos para garantir o pagamento do funcionalismo público.

O secretário de Estado da Fazenda, Paulo Eli, atribuiu o número recorde de arrecadação obtido em janeiro ao efeito “pandemia”. Segundo Eli, após a queda acentuada registrada em abril, maio e junho, quando houve uma retração de consumo, o estado começou a se recuperar a partir de julho e o consumo mudou para aquelas atividades que geram mais impostos. “O direcionamento do consumo foi para esse de atividades domésticas (materiais de construção e supermercados), com dinheiro do auxílio emergencial e das economias das viagens ao exterior” , explicou.

Eli negou que o recorde de arrecadação seja resultado da transferência de recolhimento de tributos de grandes empresas do Estado. “Esse efeito aconteceu em dezembro. O Estado fez uma antecipação de impostos em 2006, da Celesc, Petrobras e das teles. Mas em Outubro regularizamos essa situação depois de tantos anos e as empresas deixaram de recolher em novembro e recolheram em dezembro” , explicou.

Integrante do grupo gestor permanente formado para acompanhar a pandemia, Eli rechaçou medidas para redução da atividade econômica no Estado. “O Estado está se preparando em relação a leitos de U’I’I. O que está sendo decidido amanhã [ hoje] com prefeitos é a restrição de atividades em alguns horários, mas isso estásendo discutido” , declarou.

Para Eli, não há necessidade de lockdown, mas é preciso seguir as recomendações sanitárias. “Temos que ter cuidados, com uso de máscaras e álcool gel e evitar aglomerações. Nas praias, as pessoas estão em grupos familiares, estão se cuidando mais, só que a disseminação do vírus está com uma velocidade maior” , declarou.

De acordo com Eli, Santa Catarina, depois de Brasília, foi o Estado que menos recebeu recursos oriundos do auxílio emergencial. Para o secretário, a continuidade ou não do benefício não teria repercussão na arrecadação do Estado. “O auxílio emergencial é bem—vindo nos Estados com desemprego elevado. Como estamos ‘ a pleno no emprego’ , não é prioridade para Santa Catarina”, alegou. Segundo Eli, números da Junta Comercial revelam que estão sendo criadas 12 mil empresas por mês em Santa Catarina.

15% do PIB foi afetado pelas restrições

Eli salientou que 15% do PIB foi afetado pelas medidas restritivas a partir do lockdown de 17 de março. “São eventos, festas, turismo, hotelaria, restaurantes, bares, cinema e teatro. Essas atividades foram muito afetadas com a pandemia e tiveram desemprego , mas muitos conseguiram emprego em outras atividades” , relatou.

A perspectiva de recuperação desses setores é uma linha de crédito aberta pelo Badesc, com fundo de aval. “O Estado está capitalizando o Badesc em R$ 164 milhões para levantar R$ 1,6 bilhão de crédito e parte desse recurso vai para o fundo de aval porque o problema é a garantia” , informou.
O secretário também garantiu que não há ameaça de atraso no pagamento de salários do funcionalismo público, como ocorreu em meio à pandemia. Segundo Eli, um planejamento feito desde 2017 , aliado à suspensão do pagamento da dívida e o auxilio federal, tem assegurado condições para o Estado
honrar os compromissos. “A folha é a maior conta do Estado, mas é tão importante porque os serviços dependem da folha” , afirmou.

 

Via ND+ – Edição impressa 23/02/2021