Segundo recuo trimestral consecutivo do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil no terceiro trimestre, de -0,1% frente ao período imediatamente anterior, causa mais apreensão sobre o cenário econômico do país para 2022. Apesar disso, a expectativa em Santa Catarina é de que a atividade econômica do Estado seguirá acima da média nacional.

As causas principais da queda da economia do país no período de julho a setembro foram o recuo de 8% da agropecuária em função da seca e a retração de 9,8% nas exportações de bens e serviços. A indústria ficou estagnada em 0,0 devido à falta de insumos, inflação e juros altos.

O setor de serviços cresceu 1,1%, mas apesar de responder por 70% do PIB, não foi suficiente para o resultado final ficar positivo. A formação bruta de capital fixo (FBCF), que mostra os investimentos, caiu -0,1% no período após recuo de 3% no trimestre anterior.

Como no segundo semestre o PIB caiu 0,4%, o Brasil, tecnicamente, entrou em recessão. Isso num ano em que é esperado crescimento acima de 4%.

A maioria dos especialistas traça um cenário difícil para o ano que vem, ainda com inflação alta, juros altos, instabilidade na área fiscal – dúvidas sobre como vão se comportar os gastos do governo – e impactos da Covid-19, com a suspensão de eventos em função da variante ômicron. As consultorias de análise econômica mais pessimistas já projetam PIB negativo, enquanto as mais otimistas, que também reduziram expectativas, estimam crescimento de até 0,7%.

Mas no meio desse quadro pessimista, existem pontos a favor como a esperada queda gradual da inflação, impactos de investimentos já feitos ou em andamento, além do pagamento do Auxílio Brasil.

Em Santa Catarina, um dos fatos mais favoráveis à atividade econômica é a continuidade de investimentos privados e públicos. Empresas privadas estão investindo em grandes projetos mais de R$ 5 bilhões este ano e no ano que vem.

E o Estado, como informou o governador Carlos Moisés em entrevista para mim e para a colega Dagmara Spautz na última semana, deve fechar este ano com investimentos de R$ 2 bilhões e no ano que vem, em R$ 3 bilhões. Além disso, as exportações de SC seguem em alta, com crescimento de 23,9% no acumulado até outubro.

O cenário econômico para o Brasil, no ano que vem, é de crescimento baixo ou negativo e de incertezas, no meio de uma eleição difícil. Mas é possível esperar em Santa Catarina a continuidade da atividade econômica acima da média do país, como nos últimos anos, apesar dos problemas nacionais refletirem no Estado.

Via NSCTotal – Coluna Estela Benetti