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Que tempos são esses que estamos vivendo, não é?

Nunca imaginaríamos de uma vez só tantas mudanças, instabilidades, medo, mortes, e uma grande necessidade de reinvenção, mesmo em meio a tudo isso. E não tem pra onde fugir. A ansiedade é nossa companheira de muito tempo, todavia ela tem estado presente até demais, ela nunca foi tão companheira da maioria de nós. Até porque ansiedade é excesso de futuro. E temos muita dificuldade de viver o presente, de olhar para as pessoas e realmente enxergá-las, de viver o que podemos viver.

Escolhemos a difícil tarefa de conviver com o medo de um futuro que nem sabemos se virá da forma como ele nos assusta hoje. Pode ser que sim. Mas a maior parte dos nossos medos nunca irão realmente acontecer.

Sofremos muito por antecipação, por ansiedade. Chegam muitos ao meu consultório buscando acessar as próprias forças, para que possam olhar a realidade com verdade, para então poderem construir algo com essa realidade pura e nem sempre muito simples.

Esse movimento de construção e ressignificação, da consciência das forças e fraquezas se chama resiliência.

Para alguns é mais fácil olhar o “copo meio cheio”, para outros é a visão do “copo meio vazio”, que os levam para o “excesso de Futuro”. O que difere essas pessoas é essa capacidade de reinvenção, de olhar a realidade, é fazer de um limão uma “mousse de limão”, pois limonada existem muitas por aí.

O que você faria se não tivesse medo? O que acontece dentro daquelas pessoas que, apesar do cenário, conseguem uma motivação suficiente para criar e transformar a própria realidade num lugar um pouco melhor? A resposta está na capacidade de desenvolver a famosa “presentificação”, que nos leva para a resiliência. E essa capacidade está disponível para todos nós. Uns a acessam mais rápido, quase no piloto automático. Para outros é preciso um bocado de determinação e disposição para remar contra a maré.

O que tenho visto é que é possível, desde que estejamos dispostos a uma caminhada de Autoconhecimento, de busca e de escolhas diárias, ligando o botão da ação conscientemente. Aqui não tem nada de piloto automático. Tem que ser no manual mesmo. Assim é possível mudar alguns padrões arraigados, crenças limitantes que provocam paralisia e medo; e assim traçar uma caminhada onde é possível aproveitar as oportunidades de mudança que só acontecem quando estamos bem no presente.

Nada acontece no passado. Já foi. Nada acontece no futuro. O que pode ser feito é somente no aqui e agora.

O que os novos tempos têm nos mostrado? Que precisamos aprender a trabalhar home office, usar novas tecnologias, maturar as emoções enclausuradas, valorizar quem realmente nos importa e se importam conosco e continuar abertos a muitas transformações. Tudo isso dá trabalho! É preciso encarar certos medos, olhar atrás da porta antes de sair correndo. Às vezes a sombra que parecia um grande mostro é apenas uma lagartixa perdida.

Tem sido urgente o sair da zona de conforto, e só pode acontecer quando a gente vai com medo e tudo. Que tal treinar as suas capacidades resilientes? Se as treinássemos, e vivêssemos mais no presente; muitos casais se relacionariam melhor, olhando as realidades de cada um, vivendo e aceitando o que é, sem querer transformar o outro em algo que ele não consegue ser. Mas esse já é um outro tema, também envolvendo a tal da ansiedade e muita resiliência! Não consegue sozinho? Busque ajuda, mas pare de fugir do único lugar onde é possível fazer algo de bom pela sua vida. Esse lugar é HOJE

Jackie Kaufman – Psicóloga, Especialista em Resolução de conflitos, relacionamento, sexualidade, casal e família.

Instagram: @amorquedacerto, E-mail: jacpsicologa@gmail.com.

Artigo publicado no Informativo DIAT Número 63 · Ano 6