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No impulso da retomada após a parada gerada pela pandemia, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 7,7% no terceiro trimestre do ano frente ao segundo trimestre, na série com ajuste sazonal, informou nesta quinta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação com os mesmos meses de 2019, o PIB teve recuo de 3,9%. Em valores correntes, o produto do Brasil alcançou R$ 1,891 trilhão. Embora os dados oficiais dos estados saiam com um ano de atraso, os indicadores econômicos catarinenses apurados pelo IBGE e Banco Central sinalizam que o PIB do estado cresceu mais do que a média brasileira no período.

Entre julho a setembro frente aos três meses anteriores, o Brasil registrou crescimento de 14,8% na indústria, 6,3% nos serviços, 7,6% no consumo das famílias, 3,5% em consumo de governo e 11% na formação bruta de capital fixo (FBCF). O único recuo, embora pequeno, foi no agronegócio (-0,5%).

Chama a atenção a taxa de investimento quase igual à do mesmo período do ano passado. Este ano ficou em 16,2% do PIB, enquanto em 2019 estava em 16,3%. Isso comprova que o setor privado voltou a investir mesmo com as incertezas da pandemia, mas empurrado pelo auxílio emergencial de R$ 600, que impulsionou a demanda acima do esperado no país.

Apesar disso, foi uma taxa de investimento baixa frente às necessidades de geração de emprego e renda no Brasil. No mesmo período, o mercado de trabalho seguiu duramente afetado pela pandemia. Registrou, no trimestre, a maior taxa de desemprego da história, de 14,6%.

Em Santa Catarina, no mesmo período, houve aumento do emprego formal e recuo do desemprego. No final do terceiro trimestre, a taxa de desemprego do Estado, de 6,6%, foi a menor do Brasil. Outro indicador que mostra o bom ritmo da economia de SC é o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBCR-SC), que cresceu frente aos meses anteriores no trimestre. Em julho teve alta de 1,7% nessa comparação, em agosto subiu 3,4% e em setembro, 2,4%. Ele reúne dados da oferta da agropecuária, indústria, comércio e serviços. Considerado uma prévia do PIB, esse indicador tem mostrado que a economia do estado tem mantido crescimento acima da média nacional. Um cálculo do Observatório da Indústria, da Fiesc, apurou que no período de setembro de 2018 a setembro de 2020, o IBCR-SC teve um crescimento acumulado de 153,6%, enquanto o Brasil avançou 136,34% no mesmo período. 

Dados mostram peso da crise

A princípio, a alta de 7,7% tirou o Brasil da recessão técnica registrada no primeiro semestre do ano, mas são muitos os dados negativos do PIB brasileiro frente à pandemia. Houve queda de 3,9% no terceiro trimestre do ano frente ao mesmo de 2019 e recuo de 5% no acumulado do ano.

Considerando os setores econômicos em relação ao mesmo trimestre do ano passado, sem ajuste sazonal, o agronegócio cresceu 0,4%, a indústria caiu 0,9%, os serviços recuaram 4,8%, a formação bruta de capital fixo retrocedeu 7,8%, consumo das famílias teve queda de 6,0% e o consumo do governo recuou 5,3%. No acumulado dos últimos quatro trimestres, o PIB brasileiro recuou 3,4%.

O último trimestre do ano também deve ser de crescimento, mas num ritmo menor. A estimativa do boletim Focus do Banco Central é de que o Brasil fechará o ano com queda de 4,5% do PIB em função da pandemia.

Via NSCTotal – Coluna Estela Benetti