SC responde por mais de 30% nos frangos e mais de 50% nos suínos

China aumentou compras de carnes do Brasil e de Santa Catarina
Santa Catarina é o maior exportador de suínos e o segundo de frangos

(Foto: Hermínio Nunes/Arquivo DC)

A Associação Brasileira de Proteína Animal divulgou na manhã desta quarta-feira as projeções de produção e exportação para 2019.

No caso da carne de frango a estimativa é de embarcar 4,3 milhões de toneladas, volume 4 a 5% superior às 4,1 milhões de toneladas do ano passado.

Na carne suína os números são ainda melhores. A projeção é de 720 mil toneladas, 12% a mais do que as 646 mil toneladas do ano passado.

De acordo com o presidente da ABPA, Francisco Turra, e do diretor-executivo, Ricardo Santin, o principal fator que contribuiu para o aumento foi a peste suína clássica, que dizimou pelo menos 30% do rebanho chinês.

Devido a esse problema a China se tornou o maior comprador de aves e suínos do Brasil, crescendo 21% e 31% respectivamente.

– O que eles eliminaram de suínos é mais do que o plantel do Brasil, de 39 milhões de suínos, que é o quarto maior produtor do mundo. Muitos produtores chineses também anteciparam abates com medo dos focos. Isso vai gerar uma demanda ainda maior – disse Santin.

A Ásia respondeu por 36% das exportações de frango e 60% das exportações de suínos.

Santa Catarina está tendo uma participação importante nesse crescimento, pois representou 34% das exportações de frango e 55% das exportações de suínos do Brasil.

Nos primeiros sete meses o estado embarcou 824 mil toneladas de frango, 33% a mais do que as 618 mil toneladas do ano passado. O faturamento, de US$ 1,43 milhão, é 37% a mais do que o R$ 1 bilhão do mesmo período do ano passado.

Em carne suína o estado embarcou 237 mil toneladas de janeiro a julho, 29% a mais dos as 183 mil toneladas do ano passado. Isso representou US$ 468 milhões , 33% a mais dos que os US$ 351 milhões dos primeiros sete meses do ano passado.

– Santa Catarina tem ampliado as exportações e o status sanitário tem feito a diferença – disse o presidente da ABPA, Francisco Turra., lembrando que o estado é o único com certificado internacional de zona livre de aftosa sem vacinação.

Durante a coletiva também foi abordada a disseminação da peste suína africana, que além da Ásia atinge 12 países da Europa.

O representante da Organização Mundial de Saúde Animal para as Américas, Rui Vargas, disse que a doença não representa risco para os humanos mas é difícil de ser controlada.

– É uma doença de difícil erradicação e que também está atingido a Europa, que é grande produtor e exportador. Nós temos feito o tema de casa, com medidas de biossegurança e controle. Estamos preparados para erradicar rapidamente e controlar caso a doença venha para cá – disse.

O diretor-executivo da ABPA, Ricardo Santin, acredita que a partir de setembro as plantas habilitadas para a China devem focar ainda mais nas exportações, para atender a demanda crescente.

– Não vai faltar no mercado interno, pois alguns cortes são diferentes para cada país. Mas vai haver uma disputa de produto. Quem gosta de comer pernil do final do ano sugiro que já vá congelando. Picanha suína a R$ 10 não vai ter mais – destacou.

O motivo é que o crescimento da produção é menor do que o da exportação. A produção de frango deve fechar 2019 com um crescimento de apenas 1%, chegando a 13 milhões de toneladas. No suíno o crescimento será de 1% a 2,5%, chegando a 4,1 milhões de toneladas.

Há algumas ampliações mas, segundo o diretor, nada exagerado para não ocorrer uma superoferta daqui a algum tempo. A previsão é de que a China leve três a cinco anos para recuperar sua produção.

Já o consumo interno continua estável. Vai cair 1% no caso do frango, com 41 quilos per capita/ano, e subir 1 a 2% nos suínos, com 16 quilos per capita/ano.

Exportações de frango por estado (janeiro a julho)

1-Paraná: US$ 1,55 milhões (+16%)

2- Santa Catarina: US$ 1,43 bilhão (+37%)

3- Rio Grande do Sul: R$ 453 milhões (+6%)

4- São Paulo: US$ 163 milhões (-15%)

5- Goiás: US$ 138 milhões (-8%)

Exportações de suínos por estado (janeiro a julho)

1-Santa Catarina: US$ 468 milhões (+33%)

2- Rio Grande do Sul: US$ 211 milhões (+31%)

3- Paraná: R$ 137 milhões (+19%)

4- Minas Gerais: US$ 12 milhões (-16%)

5- Mato Grosso: US$ 9,9 milhões (-5%)

Via NSCTotal