O avanço do coronavírus na China e em outros países continuará, nesta semana,  causando apreensão, queda nas bolsas e redução de negócios. Nesse domingo, o governo chinês informou que a doença já contaminou perto de três mil pessoas e causou cerca de 80 mortes.

A partir de hoje, os impactos econômicos tenderão a ser maiores na China porque ela proibiu viagens internacionais. Isso alivia um pouco a preocupação do mundo com relação à doença, mas não significa que ela não vá se disseminar porque muitos chineses viajaram e estrangeiros também estiveram no país asiático.

Eu estou em Foz do Iguaçu, no Paraná, para cobrir um evento sobre bioenergia e aqui estão chegando grupos de turistas chineses para visitar as cataratas. Jornalistas que vieram do Rio de Janeiro para o evento informaram que no avião em que viajaram para Foz do Iguaçu havia cerca de 30 turistas chineses e parte deles usava a máscara facial.

Como a proibição de viagens externas aos chineses começou hoje, outros grupos ainda poderão chegar ao Brasil. Isso significa que a rede de saúde brasileira precisa estar preparada para tratar esse problema e que os impactos econômicos podem se estender. Importadores chineses estão tentando reduzir os preços dos contratos de compra de carne de agroindústrias catarinenses em função desse problema do coronavírus.

Negócios com a Índia

Outro fato importante é a viagem do presidente Jair Bolsonaro à Índia encerrada sábado com o objetivo de abrir mercados. Resultou em um comunicado conjunto de 48 pontos, parte dos quais de interesse de Santa Catarina. Entre eles, a importação de sementes de milho, processamento de alimentos, cooperação em sanidade animal e troca de tecnologia em genética para pecuária e pesca.

A ministra da Agricultura, Teresa Cristina, que também participou da missão, defendeu a redução de tarifas indianas para carne suína e de frango. Ela falou sobre a importância do cooperativismo para melhorar a renda rural e do plantio direto, que é uma prática mais sustentável. São dois modelos que a Índia pode adotar.

Recado de Davos

O governo Brasileiro foi representado no Fórum Econômico Mundial, em Davos, semana passada, pelo ministro da Economia Paulo Guedes. Ele foi com o objetivo principal informar aos investidores estrangeiros que o Brasil tem projetos de investimentos em infraestrutura que superam R$ 300 bilhões.

Mas ouviu dos donos do capital internacional que eles estão inseguros em investir no Brasil pela falta de uma política de defesa ambiental consistente, especialmente da Amazônia. Para reverter isso, o governo brasileiro terá que fazer algo concreto. Criou o Conselho da Amazônia e escalou o vice-presidente, Hamilton Mourão, para coordená-lo.

Há evidências de que o Brasil é mais cobrado do que outros países na área ambiental porque sedia a Amazônia e tem uma agropecuária pujante. A expectativa é de que o vice-presidente consiga uma gestão efetiva nos trabalhos de preservação ambiental. Se atingir isso, o país pode atrair mais investimentos, inclusive para projetos em Santa Catarina.

Via NSCTotal – Coluna Estela Benetti