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Os transportadores de carga em Santa Catarina repudiaram a política de preço da Petrobras e mais um aumento anunciado (8,87%) para o diesel, como nesta segunda-feira (9). As 20 mil empresas representadas pela Fetrancesc e que congrega 13 sindicatos, cita em nota, antecipada pela coluna, o lucro da companhia no primeiro trimestre, o prejuízo acumulado no setor, pede estabilidade e diz que que os 47% de aumento no diesel, somente em 2022, irão parar na mesa do consumidor. 

Leia a nota:

A Federação das Empresas de Transportes de Cargas e Logística no Estado de Santa Catarina, juntamente com os 13 sindicatos filiados que compõem o Sistema Fetrancesc, vem à público manifestar repúdio em relação aos constantes aumentos no preço do óleo diesel, somando-se ao anunciado nesta segunda-feira, 9 de maio, de 8,87%.

O preço médio do litro comercializado pela Petrobras (saída da refinaria) vai passar de R$ 4,51 para R$ 4,91 a partir de terça-feira, 10 de maio, o que gera enorme impacto negativo na prestação de serviços do Transporte Rodoviário de Cargas do País, responsável pela logística de mais de 60% de tudo o que se produz e consome no Brasil. Segundo a petroleira, o diesel não sofria reajuste há 60 dias – desde 11 de março.

Com a atualização anunciada nesta semana, o diesel já acumula em 2022 alta de 47% nas refinarias da Petrobras. Os preços da gasolina e do gás de cozinha não serão alterados.

Segundo o Estadão, a Petrobras foi a petroleira que registrou maior lucro líquido no primeiro trimestre deste ano, atingindo, nos três primeiros meses US$ 9,405 bilhões, quase o dobro dos US$ 5,480 bilhões registrados pela americana Exxon Mobil, a maior petroleira do mundo em valor de mercado.

De acordo com dados do Departamento de Custos Operacionais e Pesquisas Técnicas e Econômicas da NTC&Logística (Decope), o diesel é o maior componente de custos da atividade de transporte, podendo representar até 60% do valor dos fretes nas cargas lotação (em um frete de R$ 1 mil, por exemplo, R$ 600 correspondem à despesa com óleo diesel).

Levantamento da Fetrancesc aponta que, de dezembro de 2020 a maio de 2022, a gasolina elevação de 106% no preço comercializado pela Petrobras. Em paralelo a isso, com o reajuste anunciado nesta semana, neste mesmo período o óleo diesel acumulou 140% de aumento.

Neste cenário, em dezembro de 2020 o preço do diesel era 9% maior do que o da gasolina. Atualmente esta diferença é de 27%. Esta oscilação no preço do diesel impacta diretamente o setor de TRC. Enquanto os postos passam imediatamente a alta aos preços, as empresas de transporte não têm essa opção, os embarcadores pressionam para não ter alta e o setor acaba acumulando prejuízos.

Estes constantes aumentos no preço dos combustíveis refletem na mesa do catarinense, do brasileiro. Isso porque, considerando que tudo o que se produz e consome inevitavelmente passa pelo caminhão, o custo da atividade do transporte impacta significativamente no preço pago pelo consumidor final.

Diante do exposto, na condição de entidade representativa de cerca de 20 mil empresas em Santa Catarina, segmento este que demonstra profunda insatisfação com a atual política de reajuste nos preços da Petrobras, a federação exige e espera por (1) equilíbrio e previsibilidade nos reajustes dos preços dos combustíveis; (2) parâmetro de reajustes em conformidade com a moeda brasileira (R$); (3) abertura do mercado; e, por fim, (4) alternativas urgentes para esta escalada desenfreada e avassaladora do preço das bombas.

Seria saudável ao país que os candidatos à presidência da República apresentem propostas racionais para resolver este problema e não apenas bravatas e medidas populistas cujos resultados já conhecemos e não são bons. 

Via NSCTotal – Coluna Renato Igor