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Pesquisa da Fiesc em parceria com a CNI, mostrou que as empresas não conseguem os materiais, mesmo pagando mais caro por eles

Sete em cada 10 empresas de SC informaram que têm enfrentado dificuldade para encontrar insumos e matérias-primas para a produção, mesmo pagando mais caro. O levantamento da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC), em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostrou que o problema ainda atinge todo o país. 

A pandemia gerou uma mudança nos padrões de consumo, o que desorganizou as cadeias globais de produção. Mesmo com a melhora do cenário, os reflexos dessa crise ainda estão sendo sentidos em diversos setores. 

Conforme a Fiesc, alguns dos insumos que ficaram bastante escassos e mais caros, são ferro, semicondutores e outros componentes utilizados na indústria de carros, assim como componentes ligados ao setor de informática.

O desafio também é grande para conseguir insumos importados, mesmo negociando o valor e pagando mais caro por eles. Dentre as empresas catarinenses que responderam à pesquisa, 72% utilizam materiais importados e 50,6% relataram ter dificuldade para adquiri-los.   

O que explica a falta de insumos  

Conforme o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, há, pelo menos, três explicações para a falta de insumos gerada pela crise provocada pela pandemia de Covid-19.  

— Há um buraco na produção industrial que ainda não foi resolvido. A Sondagem Industrial de outubro mostrou ajuste nos estoques, é uma condição importante, necessária para resolver o problema, mas é um primeiro passo. E esse ajuste ainda precisa se completar para uma série de setores — explicou o economista, em nota.  

— Além disso, temos a expansão da demanda global de uma série de produtos, com os países voltando da crise. Esses fatores seguem provocando estresse nas linhas produtivas e a escassez de diversos insumos — completou. 

Segundo Marcelo Azevedo, há ainda um outro agravante composto pelo elevado custo da logística, alto preço e baixa qualidade dos contêineres.  

— Alguns países estão buscando alternativas para esse problema dos insumos, como desenvolver fornecedores locais, mas não é algo que se faça rapidamente nem depende só da ação da vontade, e envolve custos — disse. 

Perspectivas para 2022 

Dentre as empresas catarinenses que responderam à pesquisa, 31,3% acreditam que a oferta de matérias-primas e insumos produzidos no país deve se normalizar ainda no primeiro trimestre de 2022, e 24,1% preveem que as dificuldades devem continuar até o segundo trimestre.

*Com informações da Agência Brasil

Via Diário Catarinense