As mudanças na economia internacional em função da guerra na Ucrânia e continuidade de Covid-19 fizeram bem para a balança comercial catarinense. O Estado fechou o primeiro semestre do ano com exportações de US$ 5,8 bilhões, um recorde histórico, com crescimento de 25,5% frente ao mesmo período de 2021. As importações alcançaram US$ 13,5 bilhões, 12,6% mais que nos mesmos meses do ano anterior, o que resultou em déficit comercial de US$ 7,6 bilhões.

A corrente de comércio do Estado (exportação mais importação) alcançou US$ 19,3 milhões no período, com alta de 16,2% frente aos mesmos meses de 2021. Mais uma vez, o mês de junho foi de recorde nas vendas externas catarinenses. O faturamento lá fora alcançou US$ 1,2 bilhão.

Os dados da balança são acompanhados pelo Observatório Fiesc, da Federação das Indústrias de Santa Catarina. Os principais mercados foram os Estados Unidos, que responderam por 18,4% de todas as compras do mercado catarinense no período. Os americanos também se destacam por adquirir itens de maior valor agregado de SC, com destaque para motores elétricos, partes de motores de veículos, madeira serrada e madeiras de carpintaria para construção.

– Santa Catarina teve uma participação de 3,6% do total de exportação brasileira no primeiro semestre deste ano. O crescimento das vendas para o exterior, principalmente de produtos de alta intensidade tecnológica, demonstram a competitividade e a qualidade da nossa indústria no mercado internacional – analisa Mario Cezar de Aguiar, presidente da Fiesc.

A China ficou em segundo lugar entre os destinos das vendas de SC, com 13,6% do total. Aguiar reconheceu que a desaceleração da economia chinesa levou à redução de vendas ao país, mas destacou que as empresas de SC conseguiram buscar clientes em outros mercados, como Europa, Oriente Médio e Oceania, por isso o resultado positivo.

A exemplo de meses anteriores, a proteína de ave liderou o faturamento, com 15,9% do total, US$ 927 milhões e crescimento de 29,9% frente ao mesmo período de 2021. As principais razões do crescimento lá fora foram a influenza aviária em alguns países e a inflação de alimentos, que levou consumidores a buscar itens mais em conta, informa a economista do Observatório, Mariana Guedes.

Nas importações, predominou a entrada de insumos industriais e veículos. No caso de componentes, a maioria, no semestre, foi de itens de plástico, químicos e metalúrgicos vindos da China e do Chile. Da Argentina, vieram mais veículos pelo fato de a Ford ter concentrado produção no país vizinho. Segundo o Observatório, chamou a atenção a alta de preços. Em junho, as importações somaram US$ 2,2 bilhões, com alta de 7,5% frente ao mesmo mês de 2021.