Embora Raimundo Colombo tenha ido novamente à sede do BNDES, no Rio de Janeiro, semana passada, na tentativa de salvar o Fundam 2 (R$ 700  milhões em recursos prometidos às prefeituras), no governo que está terminando, há muita gente com o sentimento de que os recursos não virão. Em que pese todos os esforços do governador, que também não economizou telefonemas nos últimos dias visando a destravar o financiamento. No começo do projeto, se falava nos R$ 700 milhões originalmente projetados. No fim do ano passado, o montante já havia caído pela metade: R$ 350 milhões e agora Colombo fala em R$ 630 milhões.

O otimismo se baseava em várias frentes. Henrique Meirelles, o ministro da Fazenda, é correligionário de Raimundo Colombo. Paulo Rabello de Castro, conceituado economista e presidente do BNDES, é amigo de longa data de Jorge Konder Bornhausen, que voltou a ser o principal conselheiro do governador após a morte de Luiz Henrique da Silveira.

Também se levava em consideração a possibilidade de Michel Temer praticar o gesto em favor de Colombo e até mesmo de Eduardo Moreira, de quem se tornou desafeto lá em 2010, quando o vice-governador apoiou José Serra na eleição presidencial. Contra Dilma Rousseff, de quem o presidente-tampão era candidato a vice.

 

Pessimismo

Neste inicio de fevereiro de 2018, contudo, o clima de pessimismo é quase que generalizado no Centro Administrativo. A União não deve liberar absolutamente nada. Se o governo central fizer o mimo com Santa Catarina, certamente outros Estados também vão querer (por outros caminhos, provavelmente), reforçando o argumento do Planalto de que não se pode atuar no sentido de aumentar o já abissal rombo fiscal das unidades federadas junto ao governo federal.

 

Azedume

O quadro de pessimismo em torno da cada dia mais distante concretização do Fundam 2, em caso de confirmação,  será muito ruim para Raimundo Colombo. O governador, ainda de direito, passou boa parte do segundo semestre de 2017 viajando o Estado anunciando o programa, os recursos e até falando das obras nos municípios que seriam viabilizadas pelo Fundam 2.

 

Hora da morte

Os prefeitos catarinenses animaram-se ante a possibilidade de acesso a recursos a fundo perdido, proposta original do Fundam 2. Até as pombas da praia central de Balneário Camboriú sabem que o caixa da maioria das prefeituras está pela hora da morte. De esperança, os recursos via fundo do governo estadual, aportados pelos bancos federais, passaram a tirar o sono dos prefeitos. O desconforto é grande.

 

Via Blog do Prisco