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Segundo levantamento, Estado pode ter uma queda variável de 860 mil toneladas, principalmente devido a estiagem.

A safra de cereais, leguminosas e oleaginosas deve bater recordes no Brasil em 2022. Em contrapartida, Santa Catarina deve apresentar a segunda maior queda na produção de grãos, segundo o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola, produzido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgado nesta quinta-feira (10). O motivo, principalmente, é a estiagem. 

De acordo com a pesquisa, em janeiro, a produção no país deve totalizar 271,9 milhões de toneladas. O número é 7,4% acima que o registrado em 2021, quando foram 253,2 milhões. 

Porém, de acordo com a pesquisa, apesar do número positivo, a única região que teve aumento em relação ao mês anterior foi o Nordeste, que deve produzir 24,4 milhões de toneladas. Em contrapartida, o Sul apresentou a maior queda – 5,7%, com uma estimativa de 80,2 milhões – a região é a que detém a segunda maior parcela da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas no país, com 29,5% do total, perdendo apenas para o Centro-Oeste, que é responsável por 47,2% da safra nacional. 

A explicação para essa queda brusca nos índices pode estar nas variações apresentadas pelos Estados. Segundo o levantamento, o Paraná e Santa Catarina tiveram as maiores variavéis nas quedas de produção em relação ao último mês: 4,0 milhões e 860 mil toneladas, respectivamente. 

Estiagem é principal motivo 

Em Santa Catarina, a explicação para a baixa produção está ligada com a estiagem, que tem afetado, principalmente, a região Oeste. 

Um exemplo é a produção de feijão. Na primeira safra, Santa Catarina teve uma redução de 16,8% no cultivo do grão. De acordo com o levantamento, o motivo é a falta de chuva durante o ciclo da cultura, já que o grão é muito sensível as condições climáticas. A previsão é de que, em janeiro, 65.325 toneladas do produto sejam produzidos no Estado. 

Outro grão também afetado pela estiagem é o milho. A produção foi estimada em 2,4 milhões de toneladas, uma queda de 18% em relação a dezembro. Porém, ao comparar com 2021, houve um aumento de 20% na expectativa, segundo o IBGE. 

— A queda na estimativa é sem dúvida por conta da estiagem que atingiu o Estado entre janeiro e dezembro. Só o milho grão, o valor estimado de perda de produção é de 32%. E como a condição pegou bem a fase de floração, será díficil reverter isso — explica Haroldo Tavares do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola da Epagri. 

Queda na produção pode impactar no preço dos alimentos 

Toda essa queda de produção, segundo Tavares, pode ter um impacto direto para o consumidor. Isto porque, a pouca disponibilidade de grãos faz com que indústrias busquem outras alternativas para suprir a necessidade, o que encarece outros itens que vão à mesa do consumidor. 

— O milho, por exemplo, corresponde a mais de 90% da composição da ração de suínos e aves. Quando não se tem o necessário, é preciso importar de outros Estados e também do Paraguai, e isso reflete nos preços — pontua. 

Por exemplo, o preço de uma saca de milho ao produtor saiu de R$ 86,00 em novembro para R$ 96,00 em janeiro. Já para a indústria, o valor salta para R$ 105,00. 

— Tudo isso faz com que, no final, haja o aumento no preço das carnes, além de também atingir o mercado interno — finaliza. 

Soja tem redução no país 

De acordo com o levantamento do IBGE, arroz, milho e soja, representam 93% da estimativa de produção para 2022. Porém, a soja deve ter uma redução de 4,7% em relação ao terceiro prognóstico de janeiro e de 2,3% em comparação a produção do ano passado. Ao todo, são esperados um total de 131,8 milhões de tonelada do produto. 

Já o milho aparece com uma estimativa de 109,9 milhões de tonelada, com um crescimento de 0,9% em relação a dezembro de 25,2% ao comparar com 2021. Por fim, o arroz também teve queda de 4,9% em comparação ao ano passado, com uma estimativa de 11 milhões de toneladas. 

Via Diário Catarinense