Santa Catarina fechou 2019 com receita de US$ 8,849 bilhões nas exportações, o que significa retração de 4,57% frente ao ano anterior. As importações cresceram 9,29% no ano passado e totalizaram US$ 16,907 milhões. No último mês do ano, dezembro, as exportações cresceram 5,22% e as importações avançaram 8,07%.

Com esses dados anuais, a balança comercial do Estado encerrou 2019 com um déficit de US$ 8,059 bilhões, enquanto a balança brasileira teve superávit de US$ 46.862 bilhões. Os números de comércio exterior do Estado são organizados e apresentados pelo Observatório da Indústria, do Sistema Fiesc.

Vale destacar que o déficit da balança catarinense não consiste num problema econômico, mas numa solução. Isso porque o Estado conta com cinco portos competitivos que movimentam importações para abastecer não só Santa Catarina, mas também outros Estados.

São decisões de empresas que escolhem SC porque os terminais locais fazem desembaraço aduaneiro com rapidez e menor preço. O Aeroporto Internacional Hercílio Luz, de Florianópolis, por sua vez, também está fazendo liberação aduaneira com rapidez e preço competitivo para cargas aéreas.

Razões da retração

A soja levou o resultado anual das exportações de SC ao vermelho porque tem uma forte participação nas vendas externas – foi o terceiro produto mais importante em 2019 com 7,4% do total faturado – e teve retração de 31,5% no ano.

É claro que indiretamente o problema sanitário da China resultou em menos negócios com a soja no mundo e impactou também o Estado com recuo de 37,1% de vendas para lá, mas SC perdeu mercado da oleaginosa principalmente no Uruguai, que colheu uma supersafra e comprou 95,7% a menos do Estado, e na Rússia que adquiriu 88,7% a menos.

Os pontos altos da balança de SC foram as exportações de carne suína, que cresceram 35% no ano e tiveram a China como principal mercado, e de carnes de aves, que tiveram alta de 2,12% no ano, com destaque para vendas ao Japão e à China.

Principais mercados

Em 2019, a China ficou no topo dos principais destinos das exportações catarinenses (15,4%). Os Estados Unidos ficaram muito próximos, com 14,95% do total. Em terceiro seguiu o Japão com 5,09%, depois veio a Argentina com 4,95% e o México, com 4,22%.

Grandes indústrias

As agroindústrias seguem com força entre as grandes empresas exportadoras catarinenses, incluindo Bunge, BRF, Seara (JBS), Aurora e Pamplona. Mas indústrias do setor metalomecânico do Estado, que são multinacionais competitivas no mundo nos seus respectivos setores, chamam atenção pela relevância dos negócios com o exterior.

A Tupy, de Joinville, que exporta blocos de motor, itens usinados e outros produtos, vendeu 2,06% mais lá fora ano passado e respondeu por quase 5% do total faturado por SC (4,94%). A WEG, de Jaraguá do Sul, fechou o ano respondendo por 4,46% das vendas externas do Estado. Teve uma retração de -0,95%.

Importações de carros

No ranking dos principais parceiros comerciais de importações ano passado, a China liderou com 35,9%. Em segundo lugar ficou a Argentina com 8,8%, seguida pelos EUA com 6,58%, Chile 6,43% e Alemanha 5%.

O salto registrado pela Argentina ocorre principalmente porque mais carros feitos no país vizinho estão entrando pelos portos catarinenses. No total, as importações de automóveis do Estado cresceram 32% no ano passado.

Via NSCTotal – Coluna Estela Benetti