A capital catarinense e as praias do litoral estão registrando uma das melhores temporadas dos últimos anos. Dias de sol com altas temperaturas agitam as praias e a economia. O movimento continua elevado nos balneários, com altos índices de ocupação na rede hoteleira, intensa movimentação em bares e restaurantes e melhores vendas no comércio local.
Mas esta estiagem na região Sul já está afetando o setor agrícola de Santa Catarina. As safras de milho e de soja estão comprometidas.
Santa Catarina é o maior importador de milho do Brasil. A continuidade da seca poderá agravar o abastecimento nas cadeias produtivas de aves e suínos, atingindo a renda dos agricultores, as exportações e até a arrecadação do poder público nos três níveis.
A Federação da Agricultura e Pecuária tem um levantamento preliminar indicando que as perdas já atingem a 40% do previsto. E alerta que isto poderá atingir também a produção de leite em todo o grande oeste.
Na região com maior produção de grãos, Campos Novos, por exemplo, os prejuízos acumulados já totalizam mais de 45 milhões de reais.
A Faesc está indicando ações do governo estadual para viabilizar a importação do milho da Argentina e do Paraguai como alternativa para amenizar o problema da estiagem, sem afetar a criação de aves e suínos.
Estas dificuldades surgem quando o Estado registra o último relatório sobre exportação de carnes. No ano passado, Santa Catarina bateu recorde na exportação de carne suína e ficou em segundo lugar na venda de aves ao exterior.
O faturamento do ano atingiu a 3 bilhões e 120 milhões de reais, que significa crescimento de 19,4% em relação a 2018.
Em relação a exportação de carne suína outro recorde no ano passado, com 411 mil toneladas embarcadas nos portos do país.
A constatação simples é que o agronegócio continua sendo um dos dínamos da economia de Santa Catarina. E apesar disso, o oeste continua abandonado, não há infraestrutura, faltam boas estradas, aeroportos melhores e o projeto da ferrovia permanece no papel.