Se de um lado o crescimento desordenado da inflação reduz a renda real das famílias e causa estragos na economia, o corte de impostos gera ciclo contrário. A redução de ICMS de 25% para 17% nos combustíveis que foi transferida aos preços nos últimos dias de junho, ajudou a amenizar a alta da inflação no mês, adianta o coordenador do Índice de Custo de Vida (ICV) da Universidade do Estado de SC (Udesc/Esag), Hercílio Fernandes. Segundo ele, os cálculos serão concluídos e a inflação de Florianópolis será divulgada no começo da próxima semana.

Como a inflação é calculada com base nas variações de preços de cada semana, a redução dos últimos dias de junho já entra no cálculo mensal.

Mas neste mês de julho o impacto da redução de impostos será pleno, incluindo, além dos combustíveis, energia, telecomunicações, gás de cozinha e transporte púbico. Tem também a nova diferença de base para alíquota de ICMS dos combustíveis em função do preço médio dos últimos 60 meses para gasolina, diesel, etanol e gás de cozinha.

A inflação oficial do Brasil, o IPCA, apurada pelo IBGE, teve alta de 0,47% em maio deste ano, acumulou 4,78% nos primeiros cinco meses do ano e 11,73% nos últimos 12 meses até maio. O ICV da Udesc/Esag teve alta acumulada de 10,71% nos últimos 12 meses até maio, mês em que subiu 0,36%. No acumulado do ano ficou com alta de 4,29%.

A partir deste mês, os consumidores vão pagar menos pelos insumos e sobrarão mais renda, o que eleva o poder de compra. A Secretaria da Fazenda de SC estima que deixará de arrecadar R$ 5 bilhões até o final de 2023, sendo R$ 1,7 bilhão desse montante ainda este ano.

Como a maioria dos consumidores não consegue poupar, vai gastar mais na compra de alimentos, produtos e serviços. Assim, uma boa parte desse dinheiro vai movimentar mais a economia e voltar ao Tesouro do Estado da mesma forma, como receita de ICMS.

O setor produtivo também será impactado positivamente com redução nos custos de energia e combustíveis. Essa despesa menor pode ser convertida em investimento, consumo ou poupança.

Via NSCTotal – Coluna Estela Benetti