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Crescem as mobilizações para viabilizar a privatização do porto seco de Dionísio Cerqueira com o objetivo de fortalecer, por terra, o comércio entre Santa Catarina e a Argentina, além dos demais países da América do Sul. Na próxima quarta-feira (07/04), a Receita Federal fará uma audiência pública virtual sobre a concorrência para a construção e operação do terminal, com investimentos previstos de R$ 50 milhões. As expectativas regionais são de que o fortalecimento das atividades aduaneiras vai aquecer a economia e gerar 20 mil empregos entre diretos e indiretos nos próximos 10 anos.

A privatização das atividades do porto seco é uma reivindicação constante do setor empresarial de Santa Catarina. Na quinta-feira, a Federação das Associações Empresariais de SC (Facisc) fez uma reunião com entidades do Oeste do Estado para debater o assunto e avaliou que é grande o potencial de aumento de cargas pela região, incluindo o corredor de importação de milho para o Oeste de SC.

Outras entidades, incluindo o Conselho das Federações Empresariais (Cofem) e associações regionais têm cobrado essa privatização. Uma das líderes desse movimento é a Associação Empresarial da Fronteira (Ascoagrin), que reúne os municípios de Dionísio Cerqueira, Barracão e Bom Jesus do Sul, municípios do Paraná.

O governo de Santa Catarina, há tempos está convencido de que o fortalecimento do movimento pela aduana de Dionísio Cerqueira vai aquecer a economia. Por isso, em agosto deste ano deverá decidir novamente se coloca em vigor decreto que oferece benefício fiscal do Estado somente para cargas terrestres que entrem pela aduana catarinense ou mantém para as que vêm por outros estados.

Em agosto do ano passado, o benefício para cargas que entram por outros estados, em regime especial, foi prorrogado por pressão do setor de logística, que apontou custo maior para a maioria das cargas caso a opção fosse entrar pelo Oeste de SC. O ano de maior movimentação de cargas na travessia de Dionísio Cerqueira foi em 2010, com 22 mil caminhões, pouco mais de 60 por dia.

Para o presidente da Facisc, Sérgio Rodrigues Alves, as melhorias da BR-163 previstas em investimentos vão colaborar para melhorar a logística da região, que é um obstáculo para o aumento da movimentação de cargas. Além da rota do milho e do benefício tributário, a intenção é dar mais um passo para uma rota bioceânica, para transporte de cargas entre os oceanos Atlântico e Pacífico. Os esforços para fortalecer o transporte na região vêm de longo prazo, informa o presidente da Associação Empresarial da Fronteira (Ascoagrin), Allan Edgard Kretuz.

Além de Dionísio Cerqueira, outro acesso terrestre entre Santa Catarina e Argentina é no município de Paraíso. Após ligação asfáltica completa, há dois anos é instalada aduana temporária no verão para registrar a passagem de turistas.

Via NSCTotal – Coluna Estela Benetti