A produção da indústria brasileira cresceu 0,6% em abril, depois de recuo de 1,3% eum mês antes (dado revisado), feitos os ajustes sazonais, traz a Pesquisa Industrial Mensal ­ Produção Física (PIM­PF), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi o melhor resultado para abril desde 2013, quando houve expansão de 0,9%.

O desempenho de abril ficou ainda acima da média estimada por 23 analistas consultados pelo Valor Data, que era de estabilidade. O intervalo das estimativas ia de queda de 0,6% até alta de 0,8%.

“Abril foi o primeiro resultado positivo do ano. Há claramente uma tentativa de reação da indústria à demanda que existe no momento e a um estoque que ela possui”, afirmou o gerente da coordenação de indústria do IBGE, André Macedo. “Existem algumas variáveis, como o mercado externo, que podem ajudar a reduzir estoques”, mas apenas isso não é suficiente para que o setor mantenha um crescimento contínuo, disse.

Na comparação com abril de 2016, a produção industrial caiu 4,5%, após avançar 1,4% em março (dado revisado), queda mais intensa desde outubro de 2016 (­7,5%). A expectativa dos economistas ouvidos pelo Valor Data era de queda de 5,5%.

De janeiro a abril, a indústria teve queda de 0,7%. Nos 12 meses encerrados em abril, houve baixa de 3,6%, seguindo decréscimo de 3,8% nos 12 meses imediatamente anteriores.

“É um cenário caracterizado por um baixo dinamismo”, resumiu Macedo.

Categorias econômicas

Na passagem de março para abril, a produção de bens de capital subiu 1,5%, a de bens intermediários aumentou 2,1% e a de bens duráveis avançou 1,9%, mas a de bens semi e não duráveis diminuiu 0,8%. Em relação ao mesmo período do ano passado, a produção de bens de capital registrou recuo de 5,5%, a de bens intermediários caiu 3% e a de bens semi e não duráveis diminuiu 9,8%. A exceção foi a produção de bens duráveis, que teve elevação de 0,6%.

 

Atividades

As quatro atividades que puxaram o crescimento da produção da indústria em abril tiveram queda forte um mês antes. Após cair 23,4% em março, a produção de itens farmacêuticos se recuperou e avançou 19,8% em abril. Veículos automotores, reboques e carrocerias subiram 3,4%, alta insuficiente para recuperar totalmente a perda registrada em março, de 6,9%.

Derivados do petróleo e biocombustíveis tiveram aumento de 2%, após recuarem 3,4%, e máquinas e equipamentos tiveram alta de 4,9% depois de caírem 3,3%.

Esses segmentos têm tido comportamento “errático”, avalia o gerente da coordenação de indústria do IBGE, André Macedo. Para ele, o setor industrial ainda “tateia” o nível de produção e procura ajustar o nível de estoque.

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Via Valor