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Apesar da pandemia, a indústria catarinense segue retomada consistente. No mês de agosto, a produção do setor registrou crescimento de 6% frente ao mês anterior, a segunda maior alta do Brasil, de acordo com pesquisa do IBGE. Na comparação com o mesmo mês do ano passado teve recuo de -1,3%, na média do ano ficou em -11,9%, e nos últimos 12 meses, em -7,9%.

Segundo o IBGE, o crescimento no estado em agosto frente ao mesmo mês de 2019 foi puxado pelo setor de máquinas e equipamentos com alta de 23,6%, seguido por têxteis (11,9%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (11,0%), produtos de metal (6,6%) e celulose e papel (0,7%). As maiores quedas ocorreram em metalurgia, com retração de -15,8% e veículos, reboques e carrocerias com idêntico resultado (-15,8%), seguidos por produtos alimentícios (-10,4%), confecções e acessórios (-6,7%), minerais não-metálicos (-5,4%) e produtos de madeira (-2,9%).

No Brasil, a produção industrial de agosto teve alta de 3,2% frente ao mês anterior. Em relação ao mesmo mês do ano passado registrou queda de -2,7%, na média do ano o recuo ficou em -8,7% e em 12 meses caiu -5,7%. A maior alta frente ao mês anterior foi no Pará (9,8%), seguida por SC (6%), Ceará (5,7%), Rio Grande do Sul (5,2%), Amazonas (4,9%), São Paulo (4,8%) e Rio de Janeiro (3,3%).

Para o presidente da Federação das Indústrias do Estado (Fiesc), Mario Cezar de Aguiar, tanto os resultados de produção estadual quanto nacional mostram uma retomada constante do setor desde abril, quando houve o maior baque causado pela pandemia. Na análise divulgada pelo Observatório da Indústria, da federação, Aguiar chamou a atenção pelo fato de que seis dos setores pesquisados apresentaram resultado superior ao do mesmo mês do ano passado. Segundo ele, boa parte da alta de 23,6% do setor de máquinas está ligada à maior demanda do setor agrícola impulsionada por exportações com dólar alto.

No setor têxtil, uma das razões é o aquecimento do mercado interno devido ao pagamento do auxílio emergencial. Mas a questão cambial também está influenciando, porém nas importações. O presidente da Marisol, Giuliano Donini, falou para a coluna há poucos dias que com o dólar alto desde o início do ano, muitas empresas optaram por adquirir produto nacional do que importar. Ele avalia que esse efeito seguirá até o primeiro trimestre do ano que vem, com mais empregos no setor de confecções, porque parte das roupas do próximo inverno que seriam importadas serão feitas no Brasil.

Via NSCTotal – Coluna Estela Benetti