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Apesar de três meses de deflação, isto é, inflação negativa devido à redução dos preços dos combustíveis, o consumidor ainda sente o peso de preços altos. O que mais afeta agora é a inflação dos alimentos. Mas se depender das proteínas, o cenário segue com pressões de alta nas condições atuais. O consumidor poderá ter alívio nesse grupo de produtos se a cotação do dólar cair.

A lista de pressões inflacionárias inclui a série de altas que ainda não foram totalmente transferidas aos preços pelas agroindústrias, a menor oferta de carnes no mercado mundial, a provável recessão nos Estados Unidos e a continuidade do conflito Rússia-Ucrânia, destaca o presidente do Sindicato das Indústrias de Carnes de SC (Sindicarnes-SC), José Antônio Ribas Junior.

– Não temos nenhum sinal de redução dos preços. Pelo contrário, a pressão inflacionária continua alta embora os combustíveis tenham reduzido um pouco isso em toda cadeia produtiva. Os grãos continuam em flutuação positiva de aumento de preços. Outras tarifas e negócios continuam pressionando o setor, que ainda não repassou todo o seu ônus que teve nesse processo inflacionário, que veio das altas do plástico, do papelão, da energia elétrica e dos grãos. A gente enxerga para esse último trimestre ainda uma pressão inflacionária – afirma o presidente do Sindicarnes.

Nas últimas semanas, a maior oferta de carne bovina internacional pelo Brasil tem ajudado a reduzir os preços do produto no mercado mundial. Se as exportações seguirem em alta, os preços podem subir no mercado interno.

Conforme Ribas Junior, há pressão altista também na carne de frango no mercado externo porque alguns importantes países produtores continuam enfrentando problemas de influenza aviária, o que reduz a oferta geral. Outros problemas, segundo ele, é a conjuntura na Europa. Devido à seca e a guerra na Ucrânia, que está limitando a oferta de gás natural, os produtores europeus estão produzindo menos carne suína.