Setor de serviços, principal setor do produto, cresceu 1,3%

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil teve um aumento de 1,2% no segundo trimestre deste ano — abril, maio e junho — na comparação com os três meses anteriores. O resultado mantém uma sequência de indicadores positivos, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta quinta-feira (1º).

O setor de serviços, que forma o principal setor do PIB pela ótica da oferta, cresceu 1,3%. O ramo responde por cerca de 70% do indicador e engloba uma grande variedade de empresas. Vai de pequenos comércios, bares e restaurantes a instituições financeiras e de ensino. Também é o principal empregador no país. 

Dentro dos serviços, outras atividades de serviços (3,3%), transportes (3,0%) e informação e comunicação (2,9%) avançaram e puxaram essa alta.

Entre eles estão também os serviços presenciais, que estavam represados durante a pandemia, como os restaurantes e hotéis, por exemplo, conforme afirma a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis. 

Com o resultado, o segmento outras atividades de serviços está 4,4% acima do patamar pré-pandemia. O cenário começou a mudar com a vacinação contra a Covid-19, que permitiu a derrubada de restrições ao fluxo de pessoas.

Além da demanda reprimida, medidas de estímulo adotadas pelo governo federal às vésperas das eleições também respingaram no setor de serviços, conforme analistas. Liberação de saques do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e antecipação do 13º de aposentados estão entre as ações registradas no segundo trimestre.

A recuperação de serviços, contudo, encontra ameaças no cenário dos próximos meses. A inflação ainda afeta os preços do setor, e os juros mais altos jogam contra o consumo. 

Na indústria, a alta de 2,2% foi o segundo resultado positivo consecutivo do setor, após a queda de 0,9% no quatro trimestre do ano passado, segundo o IBGE. 

O instituto destaca os desempenhos positivos de 3,1% na atividade de eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos, de 2,7% na construção, de 2,2% nas indústrias extrativas e de 1,7% nas indústrias de transformação.

Parte das fábricas ainda enfrenta escassez de insumos, um quadro influenciado pelo desajuste das cadeias produtivas na pandemia. A alta dos preços de matérias-primas também desafia o segmento industrial. 

A agropecuária, terceiro dos grandes setores do PIB pela ótica da oferta, que havia recuado 0,9% no último trimestre, variou 0,5% no segundo trimestre deste ano.

Preços de commodities agrícolas subiram no mercado internacional após o início da Guerra da Ucrânia, em fevereiro. No entanto, as cotações deram sinais de trégua nos últimos meses, em meio a projeções de desaceleração da economia global. 

A agropecuária também foi afetada neste ano pela seca em regiões produtoras como o Sul. Apesar dos efeitos climáticos negativos, a safra de cereais, leguminosas e oleaginosas deve alcançar o recorde de 263,4 milhões de toneladas em 2022, conforme estimativa de julho do IBGE.

Via Diário Catarinense