As dificuldades da pandemia afetaram as expectativas dos pequenos negócios de Santa Catarina para o começo deste ano. Pesquisa feita pelo Sebrae-SC junto a 810 micro e pequenas empresas do Estado entre os dias 4 e 25 de janeiro apurou que somente 17,8% esperam crescimento de vendas no primeiro trimestre deste ano frente ao mesmo período de 2020. Entre as empresas entrevistadas, 51,2% informaram que esperam resultado igual ao do ano anterior e 31% projetam queda de vendas.

Isso depois de os pequenos negócios terem retomado o crescimento no segundo semestre do ano de 2020, com especial expansão no quarto trimestre, quando 67,1% das empresas tiveram crescimento de faturamento e 66% conseguiram lucrar, apurou a pesquisa. O setor que mais cresceu foi a indústria, no qual 72,8% das empresas tiveram alta nas vendas, seguido pelo comércio com 65,6% e serviços, com 59,9%. As empresas informaram também que aumentaram em 1,1% o total de contratação de pessoas no período de outubro a dezembro.

Com a economia aquecida, sugiram outros problemas. Mais de 45% informaram que tiveram dificuldades na oferta de matérias-primas, produtos acabados e inflação nos preços. O diretor técnico do Sebrae-SC, Luc Pinheiro, comentou sobre os cenários.

– As restrições em diversos municípios e a expectativa de um lockdown geral geram uma desconfiança maior entre os empresários. Na economia acontece um processo interessante. Quando o empresário acredita que vai piorar, ele para de investir, de contratar e de comprar. Aí a economia piora. O inverso também é verdadeiro – explicou Luc Pinheiro.

Segundo ele, o Sebrae ficou surpreso com os resultados do último trimestre do ano passado. Isso porque, diante da pandemia, esperavam recuperação, mas que não chegasse no final do ano com os setores ultrapassando resultados de outros anos em si e até com saldo positivo de contratação nas pequenas empresas. Comparado com outros estados, fomos destaque. Sempre fomos considerados um Estado empreendedor. Isso surpreendeu positivamente e ajuda as empresas superarem esse momento de dificuldade atual, observou Luc Pinheiro.

A pesquisa mostrou também que nos investimentos, as micro e pequenas empresas seguiram o ritmo do ano passado, isto é, a maioria buscou mais tecnologia. Segundo o levantamento, no último trimestre do ano passado pouco mais de 18% das empresas investiram. Dessas, 29,2% buscaram soluções para ampliar as vendas digitais e 19,7% optaram por compra de equipamentos, máquinas, reformas e ampliações.

Via NSCTotal – Coluna Estela Benetti