Santa Catarina alcançou em abril US$ 1,04 bilhão de faturamento com as exportações, que pela primeira vez chegaram e ultrapassaram a marca de US$ 1 bilhão desde que essa série foi iniciada, em 1997. O resultado foi 9,4% maior do que no mês anterior e 13,8% acima do registrado em abril de 2021. As importações de abril somaram US$ 2,1 bilhões, o que levou a um déficit de US$ 1,1 bilhão saldo comercial do período. Entre janeiro e abril, as exportações somaram US$ 3,6 bilhões, 27,3% mais do que nos mesmos meses de 2021. 

Outro destaque da balança comercial catarinense em abril foi a corrente de comércio, representada pelas exportações mais importações. O montante chegou a US$ 3,1 bilhões e foi o maior valor em um mês, segundo o Observatório Fiesc, da federação das indústrias do Estado, que faz o acompanhamento e análise de dados. No primeiro quadrimestre do ano, a corrente de comércio somou US$ 12,4 bilhões.

As exportações de carnes de aves seguiram na liderança da balança de SC no primeiro quadrimestre. Responderam por 16% da receita total e chegaram a US$ 573 milhões, com alta de 32,2% frente ao mesmo período de 2021. A receita obtida com exportações cresceu bem mais do que o volume, o que se justifica pela alta dos preços no mercado internacional nos últimos meses. Só em abril, subiram 19,8% ante o mesmo mês do ano passado, apurou o Observatório.

Outra informação que chamou a atenção na balança de SC foi o crescimento das exportações de motores elétricos, totalizando US$ 210,9 milhões. A maior parte foi para a Alemanha e outros países da Europa, o que se justifica pela corrida de empresas em busca de redução de consumo de energia diante dos efeitos da guerra Rússia-Ucrânia com corte no gás natural. São produtos de alta tecnologia que consomem menos energia.

Também foram destaques no quadrimestre as exportações de carne suína, segundo produto mais vendido. Somaram US$ 368 milhões, -9,7% frente ao mesmo período de 2021. As vendas de madeiras parcialmente trabalhadas cresceram 53%, madeiras industrializadas (tipo MDF) avançaram 26%, papel e cartão 153% e tubos de aço ou ferro 282%.

O principal mercado externo de Santa Catarina de janeiro a abril foram os Estados Unidos, que compraram do Estado US$ 670 milhões, 34,2% mais do que no mesmo período de 2021 e responderam por 18,8% das vendas externas de SC. A China ficou em segundo lugar, com US$ 437 milhões, retração de -20,3% e 12,3% do montante total.

Nas importações, o Estado seguiu comprando altos volumes, principalmente de insumos industriais e outros. O destaque no quadrimestre foi a compra de adubos e fertilizantes, que teve alta de 209% e somou US$ 399 milhões. A importação de automóveis, principalmente da Argentina, cresceu 100% e alcançou receita de Us$ 151 milhões.

O cobre, novamente, foi o produto mais importado. Somou US$ 415 milhões, com recuo de -21% frente ao mesmo período do ano passado. As importações do Estado são diversificadas e consistem, principalmente, em insumos ou produtos semielaborados para a produção industrial.

Economista fala sobre cenárioAdicionar Novo

De acordo com o consultor de economia da Fiesc e professor da UFSC Pablo Bittencourt, os exportadores devem ficar atentos porque a economia mundial está em desaceleração, principalmente pela alta dos juros nos Estados Unidos, que tinha economia muito aquecida. Ele chama a atenção também para medidas do governo chinês para retomar crescimento, após queda nas taxas de produção e elevação do desemprego, de olho na reeleição de Xi Jinping no fim deste ano.

– Aconteceu esta semana o lançamento de um pacote elevadíssimo focado ao setor de infraestrutura, que voltou a animar os mercados e dá uma perspectiva bastante boa para a economia como a brasileira, que é enormemente vinculada ao mercado de commodities internacionais – avaliou Pablo Bittencourt.

Via NSCTotal – Coluna Estela Benetti