Em evento no Centrosul, na tarde desta sexta-feira, o governador Raimundo Colombo passa o cargo ao vice, Eduardo Pinho Moreira. Este ato representa o fim da Era Colombo à frente do governo do Estado, com um saldo positivo na economia e um resultado não tão brilhante na área social. O ponto alto foram medidas que evitaram danos maiores à atividade econômica do Estado durante a recessão e assim preservaram empregos. Por isso, no período dos seus dois mandatos, de 2011 a 2017, o Estado teve saldo positivo de 215.449 novos empregos, tendo liderado a geração de vagas no país por dois anos, em 2014, com 53.997, e em 2017, com 29.440. Durante a pior recessão da história brasileira, em 2015 e 2016, o Estado perdeu 58.599 e 32.260 vagas respectivamente mas, mesmo assim, manteve a menor taxa de desemprego do país.  

Colombo chamou a atenção logo que assumiu em 2011 ao antever crise econômica no país em função da política econômica equivocada que começou a ser praticada pela então presidente Dilma Rousseff. Mas, aliado da petista, aproveitou para fazer empréstimo bilionário junto ao Banco do Brasil e investiu em infraestrutura e outras obras mais de R$ 11,5 bilhões em cinco anos. Isso ajudou a aquecer a economia do Estado, amenizando os impactos da crise. 

O governo também cumpriu promessa de campanha e não elevou a carga tributária estadual, mesmo na pior fase da recessão. Isso ajudou a atrair investimentos ao Estado. Na gestão, avançou no combate à sonegação por meio eletrônico, foi pioneiro a fazer uma reforma na Previdência estadual elevando a alíquota de contribuição dos servidores para 14% e ao cobrar uma renegociação das dívidas estaduais junto à União. Isso contribuiu para o Estado fechar as contas em dia durante os piores anos da crise, sem atrasar salários. A gestão Colombo foi pioneira ao lançar 13 centros de inovação nos principais polos econômicos do Estado. Esse projeto é considerado único no mundo, mas atrasou principalmente porque empresas que venceram licitações não fizeram as obras no prazo – boa parte das unidades deve ser concluída este ano. 

Um rápido olhar sobre os sete anos de gestão de Colombo permite concluir que uma das falhas foi não fazer uma gestão ainda mais austera, que permitisse ao Estado atender melhor as demandas sociais da população em saúde, educação e segurança. Há informações de que a dívida com a saúde, especialmente com hospitais filantrópicos, que fazem 70% do atendimento no Estado, está em torno de R$ 1 bilhão. A educação avançou, mas não o suficiente para ter um padrão mais parecido com a oferecida nos principais países que competem com SC no mercado global, e a segurança piorou devido ao avanço da crise e do tráfico. O bom resultado da economia ajudou a amenizar essas dificuldades sociais. 

Troca-troca

Como muitos secretários e ocupantes de outros cargos de confiança do governo estadual vão disputar eleição em outubro, o troca-troca vai continuar, mesmo entre os partidários de Eduardo Moreira, que assume agora. Em abril, o empresário Carlos Chiodini deixa a pasta do Desenvolvimento Econômico Sustentável para disputar vaga a deputado federal. Seu sucessor deve ser Alexandre Waltrick Rats, presidente da Fundação do Meio Ambiente (Fatma). Até lá, Chiodini deve fazer importantes anúncios na área de tecnologia. Waltrick ganhou pontos porque conseguiu ampliar equipes da Fatma e acelerar licenciamentos ambientais. 

Via NSCTotal Coluna Estela Benetti