De acordo com a Secretaria de Estado da Fazenda, impactos atingem também os próximos seis meses

O prejuízo na agropecuária de Santa Catarina causado pelos bloqueios nas rodovias, que duraram quatro dias, pode chegar a R$ 144 milhões, segundo a Secretaria de Estado da Fazenda (SEF). O setor foi um dos mais afetados pelas manifestações de pessoas insatisfeitas com o resultado das eleições do último domingo (30).

Um dos principais polos logísticos e industriais da América Latina, Santa Catarina tem uma cadeia de fornecimento no modelo “just in time”, ou seja, encaixando as operações de acordo com o nível de demanda. Essa metodologia evita o estoque parado e o desperdício de matéria-prima, explica o secretário de Estado da Fazenda, Paulo Eli. Quando há um bloqueio em rodovias, o impacto é em toda a economia.

— Por exemplo, em uma fábrica onde há várias etapas de produção, se um componente está em falta, para todo o processo. E assim, consequentemente, vai afetando diversas indústrias, atingindo toda a cadeia produtiva. Da mesma forma, no agronegócio, uma paralisação tem reflexos imensos. Somente na produção de suínos e aves em Santa Catarina os prejuízos diários podem chegar a R$ 36 milhões — disse o secretário Paulo Eli.

De acordo com o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina, Mario Cezar de Aguiar, ainda não é possível quantificar os prejuízos em números, mas de fato o agronegócio foi o mais afetado. Ele destaca que também houve prejuízo para quem atua com comércio internacional, já os caminhões estavam impossibilitados de chegar nos portos.

Perdas para todo Estado

A estimativa de perda na arrecadação do Estado só poderá ser calculada analisando a receita de dezembro. Isso porque, segundo a SEF, os impactos atingem não somente o mês seguinte, mas também os próximos seis meses. Na paralisação dos caminhoneiros em 2018 foram 11 dias, que resultaram em prejuízo de mais de R$ 400 milhões na arrecadação catarinense.

As perdas não são apenas nos cofres do Poder Executivo, destaca a SEF, mas para todo o Estado, afetando o repasse aos municípios.

— O Estado repassa 25% do que arrecada com ICMS para os municípios. Vale destacar que mais de 80% da arrecadação de Santa Catarina é proveniente do ICMS, recursos que são aplicados na Saúde, Educação, Segurança Pública e demais áreas — destacou o secretário Paulo Eli.

Via Diário Catarinense