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Balanço do setor industrial catarinense em 2022, realizado nesta quarta-feira pela Federação das Indústrias do Estado (Fiesc), confirma menor ritmo do setor após crescimento acelerado em 2021. Mas chama a atenção o fato de o setor ter criado 135 mil novos postos de trabalho desde o início da pandemia, em março de 2020, sendo superado somente nos dois últimos meses pelo setor de serviços, que chegou a 140 mil vagas no período.

– Para cada emprego gerado pela indústria, mais 1,6 emprego é gerado em outro setor, seja em comércio ou serviço. Um exemplo é o setor de transporte. Então, a indústria tem uma participação importante também no saldo de empregos dos serviços – explicou o presidente da Fiesc, Mario Cezar de Aguiar.

Sobre a alta empregabilidade apesar da produção estar menor este ano, o industrial explica que uma das razões é o fato de a maioria das indústrias do Estado seer familiar, com vínculos com seus trabalhadores. O empresário entende que o equilíbrio socioeconômico do Estado depende do emprego. SC tem 52 mil indústrias e 95% nasceram no Estado, o que confirma o perfil de empreendedorismo familiar do setor.

Outra razão da alta taxa de emprego é que o setor está otimista na retomada do crescimento no novo ano, por isso mantém as equipes de trabalho para atender demanda maior. O índice de confiança do empresário industrial do Estado está em quase 50 pontos e esteve alto antes.

Aguiar citou ainda o pleno emprego de SC, que tem taxa de desemprego de 3,8%, a mais baixa do país. Destacou também que o Estado tem a menor taxa de informalidade do país (26,9%) e a menor subutilização de força de trabalho, de 6,8%, segundo o IBGE.

Depois de registrar crescimento acelerado no segundo semestre de 2020 e durante todo o ano de 2021, a indústria de SC registrou queda de 3,9% na produção deste ao até setembro. Parte disso é em função do elevado crescimento no ano anterior.

Os setores que mais cresceram este ano foram os de alimentos, com alta de 7,2% e construção civil. Outro destaque foi a balança comercial, com expansão de importações e exportações.

– A gente tem, de fato, setores que foram melhores do que outros. Papel e celulose e metalurgia, por exemplo. Continuaram com nível de atividade muito forte, empregando bastante. Mas segmentos mais ligados a bens de consumo durável, como linha branca, linha marrom e até o setor automotivo sofreram com taxas de juros mais elevadas, que operaram assim durante todo este ano e devem continuar altas até meados do ano que vem – avalia o economista da Fiesc, Pablo Bittencourt.

Via NSCTotal – Coluna Estela Benetti