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Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo acumula alta de 11,89% nos últimos 12 meses

A inflação oficial do país, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), registrou novo aumento em junho, desta vez de 0,67%. O dado foi divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (8).

No mês anterior a ele, houve alta de 0,47%. Já o valor acumulado nos últimos 12 meses é de 11,89%. Somente neste ano, o IPCA soma aumento de 5,49%, distante da meta de inflação estabelecida pelo Banco Central para 2022, de 3,50%, com teto de 5%.

No ano passado, a inflação do país já havia estourado o valor de referência apontado pelo BC, de 3,75% na ocasião, com tolerância de 1,5 ponto percentual, ao acumular 10,06%. A expectativa do mercado financeiro até aqui é de que a inflação fuja mais uma vez à margem proposta pela entidade monetária.

Também nesta sexta, o boletim Focus, elaborado pelo próprio BC junto a mais de 100 instituições do mercado, apontou projeção de 7,96% para o IPCA neste ano.

Alimentos e planos de saúde

Para calcular o índice, o IBGE faz um levantamento dos preços de produtos e serviços em 16 áreas urbanas do Brasil, mas sem incluir Santa Catarina. Eles ficam divididos em nove grupos, que tiveram todos alta no mês passado.

Ainda assim, a alta do IPCA teve especial impulso do grupo de alimentos e bebidas, que subiu 0,80%. O gerente da pesquisa, Pedro Kislanov, destacou o salto da alimentação fora de casa, que foi retomada com o recuo das restrições ao coronavírus.

— O resultado foi influenciado pelo aumento nos preços dos alimentos para consumo fora do domicílio (1,26%), com destaque para a refeição (0,95%) e o lanche (2,21%). Nos últimos meses, esses itens não acompanharam a alta de alimentos nos domicílios, como a cenoura e o tomate, e ficaram estáveis. Assim como outros serviços que tiveram a demanda reprimida na pandemia, há também uma retomada na busca pela refeição fora de casa. Isso é refletido nos preços — disse, em publicação do IBGE. 

Além da alimentação, pesou a alta do grupo referente à saúde e aos cuidados pessoais, de 1,24%. Dentro dele, houve aumento mais significativo do plano de saúde (2,99%).

— Em maio, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) autorizou o reajuste de até 15,50% nos planos individuais, com vigência a partir de maio e o ciclo se encerrando em abril de 2023. No IPCA, houve, em junho, a apropriação das frações mensais de maio e junho, o que impactou bastante esse resultado — emendou o gerente do estudo.

Já o grupo que tem maior peso na composição do IPCA, o de transportes, também teve alta, de 0,57%, mas menor do que do mês anterior, de 1,34%. Apesar do aumento no diesel (3,82%), houve queda de 0,72% nos preços da gasolina, de maior peso individual no índice. Com isso, houve queda de 1,20% nos combustíveis dentro desse grupo.

Para que serve o IPCA

Além de indicar preços no país, o IPCA é observado pelas autoridades econômicas quando é definida a política de juros, o que afeta, em certa medida, custos com financiamentos imobiliários e empréstimos, por exemplo.

Em seu cálculo, o IPCA leva em conta não só os preços, mas também o peso que eles têm no orçamento das famílias que recebem entre um e 40 salários mínimos.

Há ainda outro indicador calculado pelo IBGE, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que se concentra nas famílias mais pobres, com renda mensal entre um e cinco salários, e que, portanto, são mais vulneráveis à variação dos custos básicos.

O INPC acompanhou o IPCA e teve a alta de 0,62% em junho. O índice soma aumento acumulado de 11,92% nos últimos 12 meses e de 5,61% somente neste ano — em maio, havia subido 0,45%.

Via Diário Catarinense