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Portas fechadas. Câmara dos deputados inacessível a sindicatos, associações e aos cidadãos brasileiros. Polícia. Gás de pimenta. Cordão de isolamento em todas as entradas. Repressão policial aos sindicalistas. Conflito. Cassetete, palavra originária do francês casse-tête, literalmente “quebrador de cabeça”, nas costelas dos manifestantes.
Estaríamos falando de um país distante, antidemocrático, ditatorial, regido e governado por déspotas? Não, acredite, trata-se da casa do povo brasileiro, a Câmara dos Deputados, na capital da res publica, em Brasília.
Situação de guerra, exatamente oposta a que esperamos do regime democrático, que garante o direito a qualquer pessoa de participar direta ou indiretamente do processo político do país, estado e município.
Tamanhos impropérios dignos dos mais ousados regimes totalitários, na tentativa de cercear o diálogo entre as entidades representativas dos servidores públicos e os parlamentares. Receio da poderosa ferramenta denominada diálogo, através da qual são construídas as melhores soluções.
Graças à tenacidade dos sindicalistas e ao bom senso do relator da matéria, o Deputado Federal Espiridião Amin, evitou-se o pior: através de emenda ao projeto original, retirou-se do PLC o artigo que vedava a reposição salarial a qualquer título aos servidores públicos pelos próximos dois anos, mesmo em um cenário de inflação na casa de dois dígitos.
Relevante vitória do serviço público brasileiro, que não tolerará desmoralização, defasagem salarial e o consequente enfraquecimento das estruturas e carreiras de Estado, propostas por grupos interessados unicamente em frear investigações de combate à sonegação e à corrupção a fim de continuar se locupletando às custas do esforço do povo brasileiro.